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Qual o valor do verdadeiro presente de Natal?

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Foto: Divulgação

Ao andar pelas ruas neste período do ano, deparamo-nos com as luzes, a movimentação nas lojas, as melodias de jingle bells e a figura conhecida e caricata do bom velhinho, o Papai Noel. A cidade celebra a chegada do Natal no dia 25 de dezembro, em comemoração ao nascimento de Jesus Cristo, figura tão importante no Cristianismo. Cristãos comemoram, relembram as histórias e simbologias referentes à data.

E mesmo quem não tem as mesmas crenças, presencia o clima de harmonia, solidariedade e renovação. Para isso, muitas famílias se reúnem e compartilham o espírito natalino, durante a ceia e a animada troca de presentes. Mas para muitas pessoas, seus desejos não são bens materiais e sim, pedidos de esperança. Mudanças que possam acontecem em sua família, cidade ou até mesmo no mundo.

Saúde, paz, amor e diálogo são alguns dos pedidos que fazem parte das solicitações natalinas, assim como empatia e tolerância, palavras ditas por Guilherme Valdrigues, leitor do Correio Lageano. O jovem passa suas vésperas de Natal tradicionalmente na missa, com sua mãe e irmã. Depois da eucaristia, retorna para casa ou para a casa de algum parente, para preparar a ceia.

Para sua família, celebração sempre foi vista como, de fato, a comemoração da encarnação do Filho de Deus. Sua mãe Genaine Valdrigues ressalta que Natal é Jesus, renascimento, perdão e solidariedade, não uma festa comercial. Atualmente, ele e a irmã moram em Lages e seus pais na Bahia, onde será realizada a comemoração deste ano. “Sinceramente, creio que o Natal seja isso, sacrificar-se para estar perto de quem se ama, ainda que esteja tão longe, como é o nosso caso.”

Karla Rinaldi Weiss, 33 anos, pede “menos julgamento e mais amor ao próximo”. Relembra seus natais durante a infância, quando os avós vinham para Lages, reuniam-se os primos, os pais jogavam baralho depois do almoço e a mãe preparava a sobremesa. Era festa dentro e fora de casa. Depois de alguns anos, a celebração ganhou novos integrantes: os sobrinhos, que brincavam e também brigavam no jardim, enquanto os adultos contavam histórias na sala.

Há 3 anos, as festas de fim de ano tomaram um novo tom. Depois que seu pai faleceu, Karla diz que o Natal não é mais o mesmo. “Algumas pessoas se afastaram e estamos tentando fazer natais diferentes com a minha mãe, mas sempre temos o sentimento de alguém faltando.” Hoje, ela compartilha com a família a tradicional brincadeira do amigo-secreto, que divide o sentimento de renovação.

Juliana Márcia Campanha Cardoso, 33 anos, compactua do pedido para uma sociedade com mais amor, respeito e empatia. E pede para sua família, somente a presença de Deus e sua proteção, segundo ela, “tendo isso, teremos tudo”. Juliana nunca teve uma tradição de Natal, seus pais sempre trabalharam em serviços braçais, e ela recebeu de sua mãe a mesma criação. A situação financeira era difícil, por isso, a casa nunca recebeu uma decoração natalina e a família optava pelo que realmente era necessário: a alimentação.

Ela lembra que adorava observar as decorações de Natal nas casas dos amigos e, muitas vezes, ficava triste por não ter condições de ter uma em sua casa, mas lembrava das palavras de mãe, que diziam: “o verdadeiro espírito do Natal não está nas coisas que podemos comprar”. E assim o era, sem ceia e sem presentes, a não ser os que recebia na escola e na igreja. Ela nem ousava pedir algo aos pais, sentia-se totalmente grata quando podiam ir ao mercado comprar comida.

Na noite de Natal, iam à igreja participar da celebração, da festa e da entrega dos doces. “Sempre fui ensinada sobre o valor das coisas, sobre ao que dar valor e ensinei isso para os meus filhos.” Hoje em dia, ela enfeita o pinheirinho, decora a casa e celebra a ceia, com os alimentos que tenham em casa. Os filhos entendem que só recebem presentes quando as condições estão um pouco melhores, neste ano, há cerca de um mês, seu marido, Juliano, ficou desempregado então, o pedido de todos é que ele encontre um trabalho.

“Sou grata pela linda família que Deus me deu, pelos pais que tenho que, desde sempre, nos ensinaram a dar valor a tudo, amar as pessoas, entre sinceridade e gentileza, sempre ser gentil, respeitar nossos semelhantes, dividir com quem não tem, dar o melhor de nós. Essa é nossa tradição! O ano todo! O mundo seria bem melhor se o espírito natalino durasse mais tempo”.

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