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Fruticultura afetada pela estiagem de dezembro e chuvas de janeiro

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15% é a queda esperada, para este ano, na produção de maçã do tipo gala - Foto: Susana Küster

A média de chuva em janeiro é de 170 milímetros na maioria das cidades catarinenses. Porém, em grande parte delas, o volume é bem maior do que isso. Do dia 1º de janeiro até a tarde desta quinta-feira (25), em Urupema choveu 287 milímetros; em São Joaquim, 265 milímetros; Urubici (Localidade Mundo Novo), 282 milímetros; Painel, 279 milímetros; Rio Rufino, 202 milímetros e Bom Retiro, 251 milímetros. Os dados são do engenheiro agrônomo da Climaterra, Ronaldo Coutinho.

Essa quantidade maior de chuva e a falta dela em dezembro do ano passado, têm afetado a fruticultura. A expectativa é que a produção de maçã do tipo gala seja cerca de 15% menor do que o ano passado, que teve uma colheita de 400 mil toneladas, em sete municípios da Serra Catarinense. As cidades mais afetadas são: Urupema, Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urubici, Bom Retiro, Rio Rufino e Painel.

O gerente da Estação Experimental de São Joaquim, Marcelo Cruz de Liz, explica que este excesso de chuva em janeiro prejudica a coloração das maçãs porque diminui a radiação solar. Porém, isso não afeta o sabor da fruta. “O sabor pode ser influenciado nas uvas viníferas, mas ainda é cedo para falarmos sobre isso.”

Além de afetar a coloração das maçãs, a chuva maior em janeiro, pode aumentar a quantidade de doenças, porque o tempo fica mais úmido, criando um ambiente favorável para o ataque de fungos, consequentemente, os produtores usam mais agrotóxicos para combater as chamadas doenças de verão. E o preço do produto fica mais caro. “O escoamento da produção também poderá ser influenciado se a chuva continuar.”

Os parreirais de uva também são atacados pelas doenças de verão, Liz salienta que as coberturas protegem do granizo, mas a umidade passa. A única fruta que não sofreu tanto impacto com a chuva foi a ameixa porque, segundo ele, já foi colhida.

Expectativa

A colheita de maçã se inicia no dia 5 de fevereiro e o gerente da Epagri frisa que os produtores esperam um tempo mais seco. “Caso isso não aconteça, a colheita da fruta terá de ser antecipada, porque ela amadurece mais rápido com a chuva frequente. Vai prejudicar no armazenamento, no escoamento e na qualidade. O consumidor poderá comprar uma maçã esfarelenta”. As previsões de tempo indicam ar seco e frio a partir da semana que vem. Segundo Ronaldo Coutinho, até geada pode acontecer.

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