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Queda de matrículas reflete evasão escolar

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5,3 mil estudantes, em 2017, estavam na rede municipal nos anos iniciais do ensino fundamental - Foto: Susana Küster

Dificuldade em conciliar escola e trabalho e falta de interesse pelo estudo são alguns dos principais fatores que levam um aluno a desistir de cursar o ensino fundamental e o médio. Mas há outros obstáculos, como baixos índices de qualidade na educação regional, falta de formação e valorização de professores, falta de recursos para a educação, desgaste do modelo educacional e falta de efetividade da inclusão e acessibilidade. O levantamento foi divulgado pelo Governo do Estado no fim do ano passado e abrange os 12 municípios que fazem parte da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Lages.

A taxa de evasão escolar no ensino fundamental, nas 12 cidades que fazem parte da ADR de Lages é de 1,13%, e está entre as maiores do Estado, segundo índices de 2014, divulgados pelo governo estadual. Os municípios que compõem a ADR de Lages são: Anita Garibaldi, Campo Belo do Sul, Cerro Negro, São José do Cerrito, Correia Pinto, Capão Alto, Lages, Palmeira, Ponte Alta, Painel, Bocaina e Otacílio Costa.

Nacional_ A situação da região é a mesma do Brasil. O número de alunos matriculados em escolas públicas no ensino fundamental e no ensino médio, em 2017, caiu, mas houve aumento nas matrículas de creches e pré-escolas, e também na educação especial.  No ano passado, segundo o levantamento, o total de alunos matriculados no ensino fundamental em escolas públicas foi de 22,05 milhões, o que representa uma queda de 1,62% em relação a 2016. No ensino médio, foram 6,68 milhões em 2017, marcando uma queda de 2,85% na comparação com 2016.

Enquanto, o número de alunos matriculados no ensino fundamental e médio cai, a quantidade de crianças matriculadas nas creches nacionais da rede pública subiu 6,8%, chegando a 2,2 milhões. Na pré-escola, também houve aumento no número de alunos, com um total de 3,87 milhões e crescimento de 2,64% em relação a 2016. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) registrou crescimento de 4,1%, com 2,92 milhões estudantes matriculados em 2017. Todos os dados são nacionais e têm como fonte o Censo Escolar da Educação Básica 2017, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Município e estado atuam para frear a saída de alunos

Nos 12 municípios que compreendem a Gered, foram matriculados, no ano passado, aproximadamente, 25 mil estudantes. A expectativa do gerente Regional de Educação em Lages, Humberto de Oliveira, é que o número de matrículas na rede estadual este ano, não seja menor e nem maior do que o do ano passado.
Isso porque, durante 2017, Oliveira frisa que foram feitos trabalhos de conscientização nas escolas. “Fizemos um trabalho pedagógico para incentivar os jovens e empoderamos eles e suas famílias para que não desistam de estudar.”

Ele percebe que ainda é preciso melhorar, mas analisa que o envolvimento da família na escola é primordial para que os alunos não desistam de seus estudos. “Não tem como aumentar a quantidade de matrículas, porque existe uma baixa no número de filhos por famílias e também há uma mudança de muitos para outras cidades”, enfatiza.

Município_ A situação da rede pública municipal é igual à estadual e à nacional. A secretária de Educação de Lages, Ivana Michaltchuk, explica que no ensino fundamental, a redução de matrículas ocorre a partir do 8º ano. “Muitos vão trabalhar por necessidade financeira, também há os que repetem e ficam desmotivados a continuar os estudos”. Ela fala sobre o aumento de interesse na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Em setembro do ano passado, o CL divulgou um crescimento na procura por vagas no Centro de Educação para Jovens e Adultos (Ceja), na Rua Correia Pinto, no Centro de Lages. Em 2016, estavam matriculados 1.600 alunos e no ano passado, o número subiu para mais de 1.800. A expectativa para este ano é de que aumente para duas mil matrículas. Ivana explica que para suprir essa demanda pelo sistema EJA, através de uma parceria com o Sesi, foram criadas duas turmas. Uma é para alunos de mais idade que voltaram a estudar, a outra é para estudantes mais jovens que desistiram do ensino regular.

Há, também, outra estrutura que abrange 35 alunos, que já vão para o 2º ano. Eles estudam duas noites por semana no EJA e três vezes por semana vão para o Senai frequentar o ensino profissionalizante. “Esse é o caminho para esses alunos que desistem da escola tradicional por uma série de questões.”

>>Números_ O total de matrículas na rede municipal em 2016 foi de 15.030. Em 2017, o número subiu para 15.170. Em 2018, a quantidade de matriculados fechou em 15.353 com um acréscimo de 1,20% em relação ao ano anterior. O aumento se deve, principalmente, à procura maior pela educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.

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