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Assalto leva medo e apreensão a São José do Cerrito
Foram minutos de tensão e desespero para quem estava dentro e fora da Cooperativa de Crédito, Sicoob – Credicarú, no Centro de São José do Cerrito, na Serra Catarinense. Era por volta das 10h30, desta segunda-feira (7), dia típico de pagamento e também de movimento, na cidade de pouco mais de nove mil habitantes.
Um Peugeot, de cor prata, com placas de Pomerode, estacionou em frente à cooperativa, cinco homens encapuzados com coletes escritos – Polícia Civil – portando grandes armas, entraram na agência e anunciaram o assalto.
Quem estava do lado de fora correu para a farmácia, supermercado, lanchonete e restaurante. Até na Unidade de Saúde as pessoas foram se esconder. É que muitas pessoas estavam no local para fazer compras ou realizar atividades bancárias.
As portas do carro ficaram abertas. Ao entrarem na agência, os homens quebraram a porta de vidro com uma marreta, e pediram para que todos deitassem no chão de barriga para baixo. Três bandidos procuraram de imediato pelo gerente, que ao reagir levou uma coronhada na nuca de um revólver.
Neste instante, as pessoas correram para todas as salas do prédio, inclusive para uma área que está em reforma e só se pode subir com uma escada de alumínio. Um grupo de mulheres se trancou em uma sala.
Uma testemunha relatou que uma mulher se fechou na sala em que estaria o cofre, os assaltantes tentaram entrar, mas, ao saber que o cofre leva, em média, 15 minutos para ser aberto, acabaram desistindo. “De quem eles puderam levaram o dinheiro, pegaram até dos caixas”.
Duas pessoas foram feitas reféns, entre elas, o agricultor José de Assis Mota, de 53 anos. “Chegaram devereda, quebraram o vidro com uma marreta e já tiraram a arma do guarda”.
Uma funcionária, de uma lanchonete próxima, relata que viu duas pessoas serem feitas reféns na porta da agência. Com as mãos na cabeça, as vítimas aguardaram até a saída dos assaltantes de dentro do banco.
Os moradores da cidade, acreditam que a ação levou, em média, cinco minutos. “Mas para quem estava lá dentro parecia uma eternidade”, completou um rapaz. Uma senhora, ainda com os olhos marejados, diz não acreditar no que estava vendo. “Até agora não acredito que saí de lá viva”. Ela descreve que lembrou apenas de esconder a bolsa.
Com medo, todos os estabelecimentos fecharam as portas. A direção da cooperativa não quis se pronunciar e não informou sobre o montante roubado.
O alerta
Foi por meio do grupo de whatsapp da Rede de Vizinhos, da Polícia Militar, que uma pessoa que estava dentro do banheiro da agência bancária conseguiu avisar sobre o assalto. A orientação teria sido para que ligassem ao 190, que naqueles minutos só dava ocupado. “O íncrivel é que a polícia chegou aqui só uma hora depois do acontecido”, alegou um morador.
O comandante da Polícia Militar em São José do Cerrito, Subtenente Donisete, contesta, afirmando que a demora se deve por estratégia, para garantir a integridade da vida das pessoas. Por estarem apenas com um policial e arma pequena, a medida preventiva foi esperar a confirmação de que os homens haviam deixado a agência. Porém, ao sair por uma rua, os homens passaram pela rua de trás da delegacia. A cidade tem pontos com câmeras de vigilância, mas nenhuma delas estaria funcionando.
Investigação
Em operação conjunta, Polícias Militar e Civil, além do Instituto Geral de Perícias, PPT e Águia, trabalharam, logo após o assalto, nas buscas dos criminosos.
Veículo queimado
Após saírem da cidade os assaltantes viajaram pela BR-282, sentido a Lages e pararam na localidade Lajeado da Taipa, onde incendiaram o veículo. Uma pessoa relatou que foi encontrado perto do veículo uma sacola com as toucas usadas na ação, além de notas fiscais de Balneário Camboriú.
Escola
Crianças da Escola de Educação Básica Mauro Gonçalves Farias estavam na quadra de esportes e nas salas de aula, quando o assalto começou. Por medo das crianças irem até a janela e de um provável tiroteio, as professoras deixaram os estudantes abaixados.