Economia e Negócios
Alternativa para jovens é empreender
Aos invés de esperar por respostas e por oportunidades de entrar no mercado de trabalho, muitos jovens brasileiros têm optado por investir e tornarem-se empreendedores. A lageana Gabrielle Wolff, 18, é um exemplo disso. Bem antes de começar a procurar por emprego, ela já estava empregada em sua própria empresa, que ela iniciou com 13 anos.
Segundo dados de uma pesquisa realizada pela GEM (Global Entrepreneurship Monitor) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em 2015, a taxa de empreendedorismo foi de 40%, um índice que cresceu mais da metade nos últimos 14 anos.
>>Investimento_ Gabrielle começou a trabalhar aos 13 anos como monitora de brinquedos. Ela relata que sempre teve vontade de ter o próprio negócio, e como tinha dinheiro guardado, decidiu comprar uma máquina de algodão doce. “Foi a melhor coisa que fiz”, ressalta.A jovem empresária revela que a maior dificuldade foi conseguir clientes que contratassem os seus serviços. “Precisou mostrar que o algodão doce serve para outras coisas, além da degustação, tais como a decoração”, relata. No começo, ela fazia o pacote tradicional, mas o movimento começou a aumentar quando começou a produzir o alimento no copo, como forma de presentear os convidados. Atualmente, a jovem que está na terceira fase de Ciências Contábeis, relata que não tem vontade de deixar o empreendedorismo, já que percebeu que, quando seu trabalho é bem realizado, há um retorno positivo.
>>Inovação_ Vinícius, 25, começou a trabalhar com empreendedorismo dentro das empresas em que trabalhava. Buscava sempre inovar com novas ideias e sempre crescia dentro do local de trabalho. Quando percebeu que o espaço já estava ficando pequeno, decidiu empreender no próprio negócio. Ele iniciou com a sociedade de uma empresa Platon, que trabalha com soluções de tecnologia em nuvem. “A partir daí começou a mudança de visão, de funcionário para empresário”, explica. Faz dois anos que Vinícius começou com a empresa. As dificuldades, segundo ele, estão em vencer seus medos e inovar. Além disso, é preciso saber inserir seus produtos no mercado. “O termo é se reinventar, como empreendedor, é preciso se reinventar o tempo inteiro”, acrescenta. Atualmente, segundo ele, o desejo maior é continuar como empresário a vida inteira. “Vou lutar até o fim para que isso aconteça e se precisar, volto a ser funcionário, mas não deixarei de ser empreendedor”, explica ele.
A pesquisa “Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro”, divulgada pela Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), revelou que o perfil do jovem empresário brasileiro é do sexo masculino, com idade entre 26 e 30 anos, ensino superior completo, microempresário, com apenas uma empresa registrada e com faturamento anual de R$ 60 mil a R$ 360 mil. A pesquisa também revelou que 25% dos jovens empresários investiram em uma empresa por identificação de oportunidade de negócio, 57% participam de alguma entidade representativa do jovem empreendedor e 62,8% utilizam sites e redes sociais como principais formas de conexão com o mundo dos negócios.
O publicitário Lucas Reichert, 21, revela que a vontade de empreender aconteceu há dois anos, quando começou a estudar sobre design e frequentar palestras de empreendedorismo. “Ouvir histórias de superação e de pessoas que saíram de sua zona de conforto e geraram valor a sua empresa me faz avaliar o mundo em minha volta por outra perspectiva”, explica. A ideia de ter um emprego “comum” não empolgava Lucas, que já havia trabalhado como freelancer para agências e produtoras, onde adquiriu conhecimento sobre o funcionamento de agências de publicidade. Foi quando ele resolveu montar a Estúdio Rei, que, segundo ele, ainda engatinha, mas promete passos largos.
Mesmo sendo seu próprio chefe, Lucas explica que isso foi um incentivo para que continuasse a estudar, principalmente devido à concorrência. “Hoje, com o advento da internet, você pode aprender de tudo pagando cursos online e lendo e-books”, acrescenta. Para o próximo ano, o jovem empresário já começa a planejar o futuro da empresa. “Em 2017 estive na fase de lançar a marca e investir em equipamentos. Em 2018 a meta é dobrar o número de clientes, ter um escritório fixo e ganhar reconhecimento local”, conclui.