Geral
Seminário em São Joaquim discute desafios da fruticultura
Fruticultores, pesquisadores, técnicos e empresários estão reunidos, em São Joaquim, na Serra, durante o 13º Senafrut – Seminário Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado, para discutir os desafios do setor no Brasil.
O uso de técnicas e produtos mais modernos e eficientes nos pomares, a redução dos custos de produção, o combate às doenças da macieira, a elevação da qualidade das frutas estão entre os temas em debate. O evento segue até quinta-feira (14).
O seminário está acontecendo no Centro de Eventos Newton Stélio Fontanella. A programação conta com 22 palestras com profissionais de renome nacional e até internacional. Seis palestrantes vieram de outros países.
“Estamos reunidos para trocar informações visando fortalecer a fruticultura, pensando num planejamento a médio e longo prazo para o setor”, informa o coordenador da feira, Marcelo Cruz, que também é engenheiro agrônomo da Epagri.
O Senafrut é um dos maiores eventos do ramo do país e já contribuiu de maneira decisiva para melhorar o setor da fruticultura. Os participantes têm a oportunidade de aprofundar os conhecimentos acerca de modernas práticas eficientes nos pomares. As tecnologias apresentadas visam, sobretudo, elevar a produtividade e a eficiências nos pomares.
Além de palestras, o seminário conta com um espaço para expositores de produtos, serviços máquinas e implementos. São mais mais de 50 empresas de diversos ramos de atuação buscando fechar bons negócios da feira.
Além disso, conta com a apresentação de trabalhos científicos. “O volume de venda deve ultrapassar R$ 1 milhão”, sem contar os negócios que acontecem futuramente”, disse Marcelo.
A empresa Sotrima, de Lages e com filial em São Joaquim, que comercializa tratores e implementos agrícolas, está expondo seus produtos. “Nossa expectativa é de fecharmos bons negócios”, declarou o gerente, Márcio Zanette.
Alguns desafios do setor
O presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pêra de Santa Catarina (AMAP) Rogério Pirata destacou os principais desafios da cultura da maçã. Uma da preocupações diz respeito ao valor do produto. Hoje, o quilo pago ao produtor é de cerca de R$ 1,00. O valor mal dá para cobrir o custo de produção, que é de cerca de R$ 0,80.
A AMAP também lançou, com o apoio de outros órgãos, uma campanha para combater um cancro europeu em pomares. Essa praga ataca as macieiras, causando a destruição da árvore e da fruta. Pirata informou que o percentual de infestação no pomares de SC é pequeno, porém, já está preocupando os produtores. A maior infestação ocorre nos pomares do Rio Grande do Sul.
O setor também busca desenvolver técnicas para reduzir o volume de pulverização de defensivos na maçã, diminuindo, com isso, os custos de produção. Esse assunto já está em discussão com outros setores interessados. Outro desafio é desenvolver técnicas permitindo a produção de maçãs mais coloridas, atendendo a exigência do mercado.
Produção
Santa Catarina se destaca na fruticultura temperada como um dos maiores produtores de maçã, vinhos de altitude, pera e frutas de caroço do país. Os dados mais recentes da Epagri revelam que maçã e uva, as duas principais frutas de clima temperado produzidas no Estado, responderam por 45,6% (683,3 mil toneladas) do total de frutas produzidas na safra 2016/2017.
Só em maçãs o Estado produziu 637,5 mil toneladas na safra 2016/17, mais da metade (52%) do cultivar Gala). A variedade Fuji foi responsável por 46% e as maçãs precoces responderam pelos 2% restantes. Com cerca de 400 mil toneladas por safra, São Joaquim lidera a produção no Estado.
Uvas
A viticultura, por sua vez, produziu mais de 45,8 mil toneladas na safra 2016/17. A categoria de uva comum (americanas e híbridas) participou com 92% do volume produzido, as uvas viníferas (europeias) responderam por 5% do total e as uvas de mesa com os 2% restantes.