Festa do Pinhão

Princesas contam sobre planos e sonhos conquistados

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No estilo serrano, com chimarrão e pinhões cozidos, a primeira princesa da 31ª Festa Nacional do Pinhão, Victória Gabriela Corrêa Coelho, de 18 anos, abriu as portas de sua casa no Bairro Santa Mônica, em Lages, para receber o Correio Lageano. Na companhia da mãe Juçara, da irmã Camila, da avó Azélia e do tio Eraldo, contou sobre seus sonhos, suas conquistas e a trajetória até o título de primeira princesa.

As amigas cansaram de ouvir seus áudios no whatsapp, enquanto a mãe observava sua desenvoltura ao falar e caminhar, assim, Victória se preparava para o concurso. Incentivada pelas amigas e família ela se organizou para se inscrever, mas devido ao processo de papelada, efetuou a inscrição no último dia, às 17h20, o prazo era 18 horas. Desde então, passou a pesquisar sobre os temas possíveis, mas sempre pensando naqueles que a agrada, simbologia da festa e da cidade, além de fauna e flora.

Uma amiga, Amabile Garbin, que é maquiadora e cabeleireira foi quem a produziu. Preparada, com vestido verde bandeira e pele natural, subiu ao palco, falou com propriedade sobre o relevo da Serra Catarinense e as araucárias. Conquistou a faixa.

Mas voltemos no tempo. Victória já possui uma faixa de segunda prenda da 1ª Região Tradicionalista do MTG Santa Catarina de 2013, para isso, precisou declamar uma poesia, escrever uma redação sobre regionalismo e ser avaliada pelos jurados. Sua paixão pelo tradicionalismo e as coisas da terra, vem de família.

A avó,  Azélia Medeiros Correa, construiu com o marido, já falecido, sua família em Campo Belo do Sul. Depois de 20 anos, mudaram-se para Lages, onde vive há mais de 30 anos. Permanecem com a propriedade, o tio Eraldo é um dos que continua a trabalhar com pecuária e agricultura. O pinhão cozido servido à reportagem foi colhido em Campo Belo.

Victória ama o campo, paixão que a motivou a estudar no curso técnico de biotecnologia, no Cedup Renato Ramos da Silva. Lá, conseguiu a oportunidade de estagiar na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) campus Lages, onde descobriu que estava no caminho certo. Se encantou ainda mais. Em 2018, conquistou uma bolsa de estudos em uma escola que oferece cursos preparatórios para o vestibular. Estudou. Se inscreveu para Agronomia na Udesc, Engenharia Florestal na UFSC em Curitibanos e Direito na Uniplac. Foi aprovada em 5º lugar no curso de Agronomia, 1º de Engenharia Florestal com a nota do Exame Nacional do Ensino Médio e também no curso de Direito. Seguiu Agronomia. E está feliz com a decisão.

A avó e a mãe – professora no colégio agrícola Cedup Caetano Costa –  se dizem felizes e orgulhosas, por terem uma filha e neta que é exemplo. E é o que Victória quer ser em seu reinado, um espelho para as pessoas, que elas possam identificar a inteligência e beleza na realeza da festa. Muito mais do que representar a cidade, ser princesa da Festa do Pinhão é mostrar, segundo Victória, de que as mulheres têm opinião, habilidades e intelectualidade.

Um sonho de criança

Ela estuda para passar em um vestibular concorrido em universidades federais, o de Arquitetura, mas, antes mesmo disso, já conquistou o concurso da realeza da Festa Nacional do Pinhão. A segunda princesa, Vitória Melo, de 18 anos, é uma jovem alegre e alto astral, mora com a mãe, uma irmã e dois gatinhos. Nas horas vagas se dedica a pesquisar sobre história e possíveis temas que possam ser cobrados na prova. Representar a cidade de Lages é poder fazer parte da cidade, transmitir a alegria do povo lageano, além de falar mais sobre a cultura do município.

Foi vendo as realezas da Festa Nacional do Pinhão no salão onde a mãe trabalha, que o desejo de ser uma soberana despertou no coração de Vitória. Há 10 anos, Vanessa Melo, mãe de Vitória, trabalha em um salão conhecido da cidade, e foi o local onde a garota pode ver de perto rainhas e princesas se preparem para o maior evento gastronômico e tradicionalista da Serra Catarinense.

Em julho de 2018, Vitória completou 18 anos, então, quase um ano depois, quando as inscrições para participar do concurso, um amigo enviou mensagem incentivando participar, a mãe também apoiou. A garota de olhos marcantes, sorriso largo e fala calma, encantou a todos. Jurados, plateia e, claro, a família.

Jô Moraes, seu primo que é cabeleireiro e maquiador conceituado em Balneário Camboriú, viajou os mais de 200 quilômetros somente para arrumar a prima, pois sabia do potencial. A mãe comenta que a filha sempre foi determinada, fala o que pensa e o concurso foi a oportunidade dela mostrar quem ela é.

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