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Obras da estrada da Coxilha Rica mudam a realidade de moradores

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“Quando as pessoas falavam que o asfalto sairia, eu não acreditava. Jamais imaginava que um dia essa obra fosse virar realidade. Mas hoje a gente fica surpreso com toda essa transformação. O asfalto está bom demais”.

O relato é do aposentado Sérgio Aldori dos Santos, de 77 anos. Sentado em um banco de madeira na varanda da sua casa, ele observa o progresso passando em frente à residência. A estrada, que antes era sinônimo de sofrimento para os moradores, agora começa a mudar de cara. “A gente sofria muito com a lama e a poeira, mas agora a realidade é outra. O asfalto veio para melhorar a situação de todos nós aqui”, acrescenta.

Sérgio mora em um pequeno povoado na localidade de Vigia, no interior de Capão Alto. O local está passando por transformações importantes, tudo por causa das obras de pavimentação da SC-390, que atravessa a localidade em direção à Coxilha Rica.

A estrada está sendo pavimentada com recursos do governo Estadual e deve ficar pronta em 2020. Os serviços avançam de maneira surpreendente. Até calçada foi construída na frente da casa de Sérgio. “O asfalto está ficando muito bom”, elogia ele, que vive no local há 52 anos.

Perto dali, na mesma localidade, o aposentado Ivanildo Ribeiro, de 60 anos, também comemora o progresso na Coxilha, enquanto constrói uma taipa de pedra em uma propriedade – existem muitos taipeiros na Coxilha Rica.

“A estrada aqui era muito ruim, quando chovia era um sofrimento para os moradores. Em alguns trechos a gente só passava com o carro guinchado. Mas agora tudo está mudando. O asfalto está ficando uma maravilha”, comenta ele, que mora a 100 metros da estrada. Ele revela que a obra encurtou o tempo de viagem até a cidade. “Antes a gente gastava duas horas até a cidade, mas hoje consegue ir com 50 minutos”.

O colega de Ivanildo, Daniel do Carmo Oliveira, de 66 anos, outro taipeiro de “mão cheia”, também está feliz com a pavimentação da estrada. Ele mora na localidade de Escurinho, cerca de 9 quilômetros da pavimentação asfáltica. Afirma que será bastante beneficiado com a obra.

“Antes eu tinha de andar 35 quilômetros de estrada de chão (pela estrada do Escurinho) para chegar à cidade de Lages, mas agora preciso andar apenas nove quilômetros até o asfalto. Depois, é um pulinho para chegar à cidade. Melhorou bastante”, declarou.

Sérgio mora a poucos metros da rodovia e vê o asfalto da porta da casa dele

Obra está com 30% da pavimentação concluída

A pavimentação da estrada da Coxilha Rica foi dividida em lotes. No primeiro, os trabalhos compreendem um trecho de 27 quilômetros, entre a Vigia até a encruzilhada de acesso às localidades de São Jorge e Bodegão, destes, oito quilômetros já receberam pavimentação asfáltica. Os demais trechos já receberam obras de terraplanagem.

O engenheiro do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Jaimir Freccia, responsável pela fiscalização da obra, explica que 30% dos serviços já foram concluídos. Houve um pequeno atraso em função de chuvas e de obstáculos encontrados no decorrer dos trabalhos, ainda assim, a obra “segue o ritmo normal, com várias frentes de serviços”, informa.

Ele explica que, durante os trabalhos, foram encontrados pontos críticos com rochas, o que, aliado ao mau tempo, acabou atrasando um pouco os serviços. Por conta disso, a conclusão da obra, inicialmente prevista para o ano que vem, foi postergada para 2020. Ainda assim, esse novo prazo “depende do tempo”, alerta o engenheiro.

A pavimentação da estrada da Coxilha é custeada com recursos do Governo do Estado. O investimento é de R$ 46,6 milhões. Além do asfalto, foram construídas três pontes sobre os rios Arroio Penteado, Pelotinhas e Sanga Tatetos, com investimento de R$ 5,7 milhões.

Todas estas pontes já foram concluídas. O projeto prevê, ainda, a construção de uma galeria em um riacho perto do viaduto da linha férrea. Questionado sobre o projeto do segundo lote da obra, que vai até as localidades de Bodegão e São Jorge, o engenheiro Jaimir disse que não há nada encaminhado.

Máquinas trabalham nos serviços de terraplanagem ao longo do trecho

Pavimentação traz uma série de benefícios

Além de melhorar as condições de acesso dos moradores, a pavimentação da estrada da Coxilha Rica traz consigo outros benefícios. A obra favorecerá o transporte de gado da região, a produção de grãos, o transporte de madeira e o turismo.

Na área do agronegócio, a expectativa é que, com o asfaltamento, a área agrícola na região, que hoje corresponde a cerca de 5 mil hectares, vai crescer bastante. Atualmente a Cooperplan e a Copercampos mantêm unidades de armazenamento de grãos nas localidades da Vigia a São Jorge, respectivamente. Apenas a Cooperplan tem capacidade de armazenamento de 40 mil sacas.

Além disso, a obra traz consigo outros investimentos, como um hotel que está sendo edificado na localidade da Vigia. Localizado em um ponto privilegiado, o empreendimento conta com cinco mil metros quadrados, terá apartamentos, além de outros espaços, como cabanas, piscinas, sauna e até heliponto. Ao redor do prédio, por exemplo, está sendo construído um grande lago que ajudará a compor o cenário que será apreciado pelo visitante.

Segundo o empresário Élvio Francisco Presa, a intenção é impulsionar o setor turístico na Coxilha com um trabalho integrado entre os demais empresários do setor e que atuam na região. “Este é um local geograficamente diferenciado e temos que saber explorar de forma responsável os campos nativos e as belezas das fazendas históricas”, comentou ele à assessoria de imprensa da prefeitura de Lages.

A localidade da Vigia já conta com asfalto e até calçada na área povoada11

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