Essencial
Mudanças nos hábitos alimentares fazem diferença
Mudanças de hábitos alimentares podem parecer bem complicadas. Mas existem cada vez mais adeptos a dietas diferenciadas, como a vegetariana ou a vegana.
Por trás dos alimentos excluídos da alimentação de uma pessoa existe um motivo, que pode ser econômico, ambiental, religioso e muitas vezes em prol da defesa da causa animal.
Em torno disso, existem algumas dúvidas frequentes, como se as proteínas presentes na carne farão falta no meu organismo?
Segundo a nutricionista da Secretaria de Saúde de Lages e especialista em Nutrição Clínica, Núbia Raber (CRN 4480), a dieta vegetariana tende a ser benéfica, desde que sejam feitas as substituições alimentares adequadas para não haver carências nutricionais. Geralmente, pessoas que não comem carne podem apresentar deficiência nutricional de vitaminas e minerais, como vitamina B12, ferro, zinco, vitamina D e iodo. Por isso, para quem deixa de consumir proteínas de origem animal é importante a ingestão diária e balanceada de leguminosas como lentilha, feijão e soja, e folhas verde escuras, nozes, cereais, laticínios e alimentos integrais.
“Caso ainda haja falta de nutrientes no organismo, constatado através de exames laboratoriais, a dieta pode ser acrescida de suplementos alimentares.”
Ela ainda comenta sobre os demais benefícios que a alimentação vegetariana traz, como o aumento de energia, maior disposição, leveza no organismo e perda de peso, que acontece mais rapidamente.
“Para vegetarianos adeptos da atividade física, recomendo a ingestão de proteínas líquidas logo após o exercício, pois são absorvidas mais rapidamente pelo organismo, fazendo com que o corpo se recupere mais rápido, além do ganho de massa muscular”.
Há longo prazo também acontece o aumento das bactérias intestinais boas, através da reconstrução da flora intestinal, a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares, melhora na aparência da pele e a diminuição dos níveis de colesterol.
Muitas pessoas vegetarianas acabam fazendo escolhas alimentares erradas por não saberem ao certo o que se deve ingerir e o quanto ingerir de cada alimento. Por este motivo, é de extrema importância procurar e ter acompanhamento periódico de um nutricionista para o profissional fazer adequação alimentar e nutricional equilibrada em sua dieta, podendo proporcionar melhor qualidade de vida.
Histórias de quem resolveu mudar
Gabriel de Lourensi, 25 anos, cortou, totalmente, o consumo de carne em junho de 2017 e manteve-se assim até fevereiro deste ano. Foi então, que por morar com outras pessoas que ingerem carne praticamente todos os dias, acabou consumindo algumas vezes.
Hoje, ele não sente prazer nenhum em comer este tipo de carne, reduziu o consumo em 90%, os 10% que restam são por conta de peixes, já que ele é apaixonado por sushi.
Gabriel não se intitula vegetariano, mas é um grande apoiador das causas. “Chegar aos 90% já é uma grande vitória para mim” diz.
A mudança dos hábitos alimentares se deve a algumas razões pessoais, como a causa animal e a espiritualidade. Ele também não sente falta do gosto e ingere as proteínas em outros alimentos.
A dificuldade maior, segundo ele, é comer fora, já que existem muitas opções na cidade, mas os locais não são específicos para vegetarianos, apesar de apresentarem alguma opção no cardápio. “Então, basicamente, é torcer para que não fechem. Seria um sonho termos um local específico para ir”.
Ilana Mércia Stüpp é apaixonada e solidária à causa animal e, por esse motivo, deixou de comer carne há dois anos.
Ela, que hoje tem 48 anos, reaprendeu a cozinhar e a comer, tendo como companheiro o marido Guido Deichmann Júnior.
Quando decidiu cortar o consumo de carne, já havia diminuído frango, porco e peixe, o gado foi a última.
Passou a pesquisar novas receitas, se adaptou e garante que não sente a menor falta.
Além de sentir diferença no corpo, já que tinha problemas na digestão, hoje se sente menos ‘estufada’ e tem o intestino regulado.
Para adotar o novo estilo de vida, leu muito sobre o assunto, agora consulta regularmente o médico e, segundo os últimos exames de rotina, os resultados estão excelentes.
Para comer fora, assim como Gabriel, também reclama a falta de locais especializados. Para os vegetarianos, até existem opções no cardápio, mas para o vegano, é bem mais difícil.
Sobre a comida preferida, tem paixão por “champignon”. “Também adoro fazer strogonoff de cogumelo paris com palmito, se for em versão vegana, uso creme de leite de soja, ótima fonte de proteína, acompanhado de purê de batata, arroz e salada.”
Há 3 anos, Amanda Farias mudou seus hábitos alimentares. Mas antes de mudar a alimentação, realizou uma mudança interna, de autoconhecimento. Processo que expandiu seus sentimentos e despertou uma nova consciência. “Na verdade, eu nunca havia pensado nada nesse sentido, até pensava que era algo distante da minha realidade. E quanto mais eu me conheço, mais encontro divindade em mim.”
Ela conta que se alimentava de carne simplesmente pelo prazer do sabor e pela proteína desejada para um corpo padrão.
“Quando despertei, pensei que tudo isso era por ego em busca de um prazer momentâneo que explora o animal por puro prazer.”
Desde então, ela busca uma alimentação diferenciada, de “vida”, como intitula.
Ela não come carne e evita ao máximo os industrializados. A experiência trouxe mais disposição, noites de sono mais leve e a tranquilidade. “Sou mais feliz”.
Diz que ainda não é vegana por ter dificuldade em encontrar, em Lages, locais que ofertem pratos sem nada de origem animal, como manteiga, leite, queijo e ovos. Ela ressalta outro ponto negativo na culinária local para vegetarianos e veganos, o sabor. “Percebo que a maioria dos locais não busca diferentes opções de alimentos vegetais saborosos. A culinária vegetaria tem muitos alimentos, o que mais tem é raiz e folhas comestíveis nutritivas, só falta informação.”
O prato preferido de Amanda é macarrão. Ela gosta, principalmente, do feito com abobrinha, acompanhado de molho branco, shimeji (cogu) e brócolis.
Ainda dá uma dica: “Os restaurantes poderiam identificar com placas e cores os pratos que contém carne ou derivados. Acho uma questão de respeito com o consumidor, até porque não só os vegetarianos que se beneficiam, existem tantos intolerantes a lactose também.”
O amor pelos animais fez Gabriela Mees, de 21 anos, parar de comer carne.
Desde criança, tinha essa vontade, mas foi há 5 anos que conseguiu parar totalmente.
Ela se compara a Liza Simpson (personagem de um desenho animado) olhando para a carne no prato e imaginando o animal vivo. Começou a assistir a vídeos de abatedouros e como são produzidos o foie gras. “Foi quando decidi não comer mais nada, foi traumatizante, inclusive.”
A mudança maior foi em sua casa. No começo, era necessário tirar a carne do arroz e outros alimentos que a mãe cozinhava, hoje, a dieta mudou. A mãe, inclusive, diminuiu o consumo de carne.
Gabriela é ovolactovegetariana. Por isso, hoje em dia, não encontra tanta dificuldade para comer fora de casa, já que consome derivados de leite e ovo. Mas sabe da dificuldade para quem não consome esses alimentos.
A parte mais complicada do processo foi quando teve falta de vitamina D e o médico recomendou vitaminas e peixes. Ela tomou as vitaminas, mas não comeu o peixe, mesmo diante dos pedidos da mãe. Hoje, a situação está regularizada e a saúde em dia. “Como leite, ovos, consumo muita salada e frutas, sempre gostei e até agora está tudo certo,” diz. Sobre seu prato preferido, ela responde “Massa. Massa é vida”.
Frank Joy
29/10/2018 at 10:26
Amiga achei essa dieta indiana bem legal, ainda tem um grupo de apoio no whats muito boa, estou amando tem todo acompanhamento com café almoço janta e muita sobremesas legais olha so https://bit.ly/indianadieta