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Livros digitais são opções para a leitura em tempos de pandemia

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Com a pandemia da Covid-19, no Brasil, as escolas estão fechadas, e muitas, sem datas para reabertura. Essa realidade mudou a forma como nos relacionamos no nosso cotidiano. Filósofos e pensadores, que se dedicam a interpretar o mundo, acreditam que nunca mais seremos os mesmos e nem viveremos da mesma maneira. 

O filósofo e professor Mário Sérgio Cortella, em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, publicada em 25 de abril, refletiu o momento em que vivemos. “Não acho que a humanidade irá se converter à solidariedade. Este tipo de perspectiva é muito mais marcada por um desejo de que isso tenha seu lugar no mundo. Também não acho que ficaremos do mesmo modo, que olharemos as coisas da mesma forma.”

O psicólogo e psicoterapeutra Flávio Cordeiro, em um artigo no Jornal do Brasil, em 18 de abril, falou sobre o tempo e os novos olhares das pessoas para coisas simples. “Há trinta dias abriu-se um intervalo naquilo que acreditávamos ilusoriamente ser contínuo; esse intervalo que se abre tem se mostrado inventivo e, para muitos de nós, poderá significar a invenção de novos “eus”. Muitas pessoas estão descobrindo, em mínimas coisas, novas possibilidades, novos prazeres, novas essencialidades. Estão sendo confrontadas com seus medos, mas também descobrindo novas formas de viver que nem desconfiavam ser possíveis e prazerosas.” 

O que antes era visto, por alguns, com desconfiança, agora é um recurso importante, como os livros digitais para crianças. Com a impossibilidade de frequentar a escola, bibliotecas e livrarias, os livros em PDF são uma boa opção e podem ser lidos em dispositivos próprios para isso, ou mesmo, em celulares e computadores. O importante é não deixar de ler.

Claro que nem todas as pessoas dispõem de internet e destes aparelhos, mas para quem tem, é uma alternativa de acesso a bons livros. Além disso, tem muitas pessoas, de todas as idades, relendo títulos que têm em casa. Pois ler estimula a imaginação, aguça a curiosidade e ajuda no desenvolvimento da linguagem, tanto escrita quanto oral.

E, em meio a medidas de isolamento social, que precisam ficar em casa, não podem viver a vida como era antes da pandemia, o livro pode ser um grande companheiro. Essa companhia, acompanha-nos durante toda a vida, o gosto pela leitura, que se inicia na infância, segue conosco até o fim.

Para quem é adulto, e diz que não gosta de ler, saiba que nunca é tarde para aprender a gostar. Um bom começo é ler para uma criança, ou, ler com uma criança. O que importa é dar uma chance aos livros. 

 

Isabely Ribeiro, de oito anos – Foto: Divulgação

Para o comerciante Iradi Ribeiro, do Bairro Novo Milênio, em Lages, a leitura é fundamental para a vida das pessoas. Pai de um jovem de 21 anos e uma menina de 8, conta que tem livros de todos os tipos em casa. “Quem mais lê sou eu, a mulher, um pouco, e meu filho as leituras da faculdade”, conta.

Agora, a filha está se tornando uma leitora interessada. “Antes a gente não tinha o hábito de incentivar a leitura, era mais o que vinha da escola”. Ele diz que isso mudou após participar de um projeto de leitura semanal, que acontece no bairro desde outubro do ano passado. O projeto segue acontecendo com encontros online. 

“É importante ler para uma criança e com as crianças, é você entrando no mundo delas, pois não basta apenas dizer o que deve ser feito, mas fazer junto”, comenta. Ele destaca, ainda, que pela história podemos perceber habilidades e dificuldades das crianças e descobrir, quem elas são.

“Ainda mais nesse mundo corrido que a gente anda, fabricar um tempo para ler, com elas e para elas é fundamental. Conseguimos (com a leitura) desligar do mundo estressante, ainda mais agora, com a pandemia, é um tempo para relaxar, é muito legal, são momentos que valem muito a pena”, reflete.

A jornalista e escritora catarinense Mariana Piacentini, de 37 anos, incentiva o filho Otto, de sete anos, o hábito da leitura, ao que parece, deu muito certo. Nesta entrevista, conta sobre como se deu a descoberta da Mariana escritora e a relação com o filho e os livros. Mãe e filho dão dicas de leitura para as crianças nesta quarentena. 

Entrevista com a escritora Mariana Piacentini 

Foto: Divulgação

Essencial: Você é uma escritora. Conta um pouco sobre como começou a escrever, e as suas escolhas.

Mariana Piacentini: Desde criança, sempre me identifiquei com a leitura. No início, surgiu para facilitar a comunicação de uma pessoa tímida. Mais tarde, deu asas à imaginação que nem sabia existir em mim, através dos meus cadernos de poesias. Já na adolescência, o senso de justiça e verdade me fez despertar para o Jornalismo.

E, junto dele, o prazer em escutar pessoas comuns e ser um canal para que pudessem denunciar, reclamar e elogiar; além de ouvir aquelas que deixaram um legado desconhecido, em que muitas vezes pude apresentar seus feitos e valorizá-las por isso. E com a oportunidade de novos dias, percebi que a arte de organizar pensamentos, de forma sintetizada ou com licença poética, era nada mais do que um fractal da Mariana.

Atualmente, os rótulos não me aprisionam mais: já fui rima, já fui factual, já ajudei a chutar o balde, já promovi a autoestima, já resgatei fatos desconhecidos, já fui útil, já fui entretenimento, e hoje sou tudo isso: o meu próprio lead, sem legenda.

Você tem um livro infantil, do que se trata, e por que você decidiu escrever?

O projeto nasceu do amor pela incessante busca de mim e a constatação de que realmente somos o que pensamos sobre nós mesmos. Após tomar consciência dessa realidade, um novo olhar para a vida, passei a aplicar tais ensinamentos ao meu filho, Otto, na época com quatro anos de idade.

Surge, então, a necessidade de aprimoramento e a observância sobre uma de tantas fases de transformação enfrentadas com o tempo. A mente analítica começava a se formar e o mundo lúdico em que meu filho vivia até então deveria ser deixado um pouco de lado.

Afinal, era preciso reservar um espaço para a vida aqui fora, preparação para a vida adulta, a típica vida real. E como fazer isso sem tolher as raízes da infância? Sem arrancar-lhe a criatividade e a fé em si mesmo?

Era preciso trilhar um novo caminho: a busca por minha criança interior em uma viagem – sem volta – permeando o consciente e o subconsciente. O primeiro, responsável pela ação mecânica e racional, destinado a suprir as primeiras necessidades individuais.

E o segundo, aquele que forma quem somos nós, resultado de todas as informações que recebemos e que na infância são tidos como verdadeiras, sem filtro algum. Tudo o que acreditamos, o nosso HD interno, o nosso verdadeiro eu, aquele que vai dar o limite da nossa vida, é a nossa memória a longo prazo faz acontecer, mas que muitas vezes guarda lixo mental que tornam-se crenças limitantes ao seu desenvolvimento emocional, social e profissional.

Além de escritora, você é mãe de um menino, como ele influencia nas suas escolhas literárias?

Desde criança, a curiosidade me definia. Sempre busquei ser melhorar e descobri no autoconhecimento a melhor ferramenta. A leitura facilita esse acesso ao meu eu de forma prazerosa. A maternidade intensificou essa jornada e passei a fazer cursos alusivos, com foco no mundo infantil.

O amor pelo Otto e a tentativa de tornar a infância dele melhor, com mais entendimento sobre si mesmo e com programações voltadas à confiança, auto estima, amor e gratidão motivou a procura de obras nesse contexto.

Em tempos de isolamento social, o seu filho está lendo muito? 

A rotina aqui em casa não mudou muito: atividades físicas, momento de cozinhar, hora da brincadeira livre, tarefa e aula (agora online). Prosseguimos com a leitura antes de dormir e conforme a saudade de algum título já devorado, ou ansiedade por alguma obra nova, lemos em outros horários também. O Otto cresceu no meio de livros. 

Assim que soube que seria mãe, o primeiro presente que comprei ao meu filho foi um livro para ler enquanto ele ainda estava na minha barriga; e outro para que ele pudesse manusear ainda bebê.

E a cada semana que comprava fraldas para ele, levava sempre um novo livro para casa (ele ficava ansioso). O resultado disso, foi uma biblioteca maior que a minha e o gosto pela leitura. Quando ele cresceu um pouco, passou a escolher os títulos e aceitava ler também o que eu sugeria.

Otto em meio aos livros preferidos – Foto: Mariana Piacentini

Livros da autora:

Revista Cáritas Solidariedade Caçador – 20 Anos (2019). Em parceira com Divanete Eloisa Bachi. 

  • As Aventuras no Planeta Zeta. (infantil)
  • Ilustração: Leandro Vitto. Editora Uniarp. Agosto/2019. A obra relata as aventuras de Otto, um pontinho brilhante, que tem que deixar o Planeta Zeta para habitar a Terra.
  • Memórias Jubilares: 50 anos. Jornalismo e Redação: Divanete Bachi e Mariana Piacentini, coordenação padres Gilberto Tomazi e João Casara. Gráfica Editora Berthier. Agosto/2019.
  • ACIC e os Pilares do Crescer. Editora Uniarp. Dezembro/2016
  • Onélio Francisco Menta – Liderança Caçadorense. Publicação independente: 26 de junho de 2015.

Sugestões de livros infantis, indicação da escritora

Os deuses do Olimpo – Pra gente pequena e gente grande também – DAD SQUARISI

O Clube secreto dos milionários – Os 26 segredos de Warren Buffett para o sucesso nos negócios da vida – ANDY e AMY HEYWARD 

O pote vazio – DEMI

Tromba Tromba – DAVID MCKEE

Coleção crianças geniais – Einstein, Leonardo da Vinci (o preferido do Otto), Mozart, Monteiro Lobato, Picasso, Vila-Lobos

Capitão Flinn e os Dinossauros Piratas – A praia dos Contrabandistas/O tesouro desaparecido!/A espada mágica – GILES ANDREAE e RUSSEL AYTO

O pequeno príncipe – ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY

Uma girafa e tanto – SHEL SILVERSTEIN

O Silêncio da água – JOSÉ SARAMAGO (Otto adora, desde os dois anos de idade, assistir A maior flor do mundo, do Saramago)

Vovô Mandela – ZAZI, ZIWEILENE e ZINDZI MANDELA

Outro como eu só daqui há mil anos – ZIRALDO

Flicts – ZIRALDO (o meu preferido)

As aventuras do bonequinho do banheiro – ZIRALDO

Chapeuzinho amarelo – CHICO BUARQUE (nosso favorito aos 3 anos de idade do Otto)

3 Comentário

3 Comentários

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