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Livro: Memória de minhas putas tristes

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Foto: Divulgação

Em 1982 o colombiano Gabriel Garcia Márquez ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, pelo conjunto de sua obra. O livro mais popular é “Cem anos de solidão”, mas há outros, como o que vou tratar aqui, que encantam os leitores.  “Memórias de minhas putas tristes” conta a história de um velho jornalista, que como presente de aniversário quer uma noite com uma prostituta, mas há uma exigência: “puta virgem”.

A história passa em um tempo longínquo de uma cidade colombiana imaginária, o narrador também é o protagonista. Impossível não se incomodar no decorrer do livro, que permite uma leitura rápida de poucas horas, pois ele representa o universo masculino que se utiliza das mulheres para o próprio prazer. O fato dele ter como desejo “uma louca noite de amor com uma puta virgem” causa desconforto, especialmente porque a moça escolhida, pela dona de um bordel, é uma adolescente pobre de 14 anos.

Entretanto, é um livro que indico para a leitura, pois além de ser maravilhosamente bem escrito, nos faz pensar sobre a realidade do ocidente, no que se refere a apropriação do homem pelo corpo feminino. Por meio das confissões do narrador-personagem percebemos o seu olhar sobre as mulheres, como fonte de desejos carnais, erotização, a comercialização e a objectualização do corpo, algo que não está apenas, infelizmente, nos romances, é a vida real descrita ali.

 

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