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Lages recebe primeira Feira Cultural da Diversidade

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Foto: Dionathan Patrick de Sousa/Divulgação

Raramente um pai ou uma mãe perguntam ao filho hétero por que ele gosta de meninas. Se a igualdade é o princípio pelo qual todos os cidadãos podem invocar os mesmo direitos, por que o filho homossexual é questionado por gostar de homens, ou até mesmo é tratado de forma diferente pela sociedade? 

Não é apenas a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer e Intersexos (LGBTQI+), mas mulheres e negros, lutam por seus direitos e combatem a desigualdade.

Com o objetivo de promover a diversidade LGBTQI+, e a produção cultural de coletivos, artesãos e artistas locais, no próximo dia 7 de dezembro, na Praça Vidal Ramos Sênior, do Terminal Urbano, no Centro de Lages, das 14h às 18h, acontecerá a 1ª Feira Cultural da Diversidade. Após a abertura com a instalação artística “Público Alvo”, e uma semana de debates e divulgação, a Feira conclui a semana da diversidade.

A abertura com a instalação artística foi apresentada na segunda-feira (2), no Centro Cultural Vidal Ramos Júnior, pelo estudante de Artes Visuais e diretor executivo da Casa de Gente, Diego Neto. 

Para Diego, a instalação é uma crítica a todas as instituições, trazendo a questão do “porquê somos o público alvo”. “Cresce a violência e não crescem as oportunidades para essa comunidade, e essa instalação é para trazer a crítica, de qual é o nosso lugar”, explica. Por meio de um debate, “a ideia é promover uma sensação de incômodo. Pois sempre somos público-alvo, principalmente o alvo da bala.”

Diego Neto é diretor executivo do Casa de Gente e um dos organizadores do evento – Foto: Marcela Ramos

O coordenador do Coletivo Bapho, entidade promotora do evento, o estudante Matteus Anddrade, acredita que a instalação artística será “um marco na história da cidade e da região, pois será a primeira Feira Cultural da Diversidade de Lages”. 

“Tendo em vista a atual conjuntura política, a Feira vem para reafirmar os direito da população LGBTQI+, e contra todas as formas de opressão, levando, inclusive, a importância do acesso ao trabalho, pois LGBTQI+, principalmente pessoas trans e travestis, enfrentam muita dificuldade pra conseguir um trabalho formal.” 

Natural do Maranhão, Matteus é cantor e diz enfrentar muitas dificuldades para cantar em espaços públicos, pois o preconceito não permite que pessoas LGBTQI+ possam mostrar a sua arte nesses ambientes.  

Ato inter-religioso

Dentro da programação, também haverá um ato inter-religioso, contando com a presença de evangélicos, católicos e o povo do terreiro, em memória às pessoas LGBTQI+ assassinadas no Brasil.

“Vamos demonstrar um ato de esperança, para mostrar que estamos juntos e ninguém está sozinhos. Tem lugar para todos que acreditam que a diversidade é um direito fundamental que precisa ser reconhecida e respeitada.”

Luta contra a Aids

Dia 1º de dezembro foi o dia Mundial de Luta contra a Aids e, por esse motivo, a Vigilância Epidemiológica Municipal oferecerá durante a tarde, teste para Aids por fluido oral e orientações de prevenção.

Sobre a feira

Realizada pela Casa de Gente e Coletivo Bapho, a Feira já conta com mais de 30 entidades apoiadoras, dentre elas a Vigilância Epidemiológica Municipal, Sesc, Cáritas Diocesana, Casa Ecumênica, Centro de Direitos Humanos e Cidadania e o Conselho municipal de Economia Solidária. 

A programação conta com a participação de mais de 20 expositores e artistas. “Haverá apresentações artísticas, palhaço, teatro, dança, música, poesia e show de drag queen. Será algo bem alegre e colorido”, conta Diego.

Além da comunidade LGBT, haverá a presença dos coletivos de mulheres e negros na praça. O foco é criar espaços de discussão, de geração de renda, comercialização e apresentações culturais, tendo como protagonistas LGBTQ+.

O encerramento da Feira será às 23h, na festa da Candy, à Avenida Marechal Floriano, no Centro em Lages. Para participar, basta entrar em contato pelo WhatsApp: (49) 49 8885-0897 ou pelo e-mail: coletivobapho.contato@gmail.com. O espaço procura dar prioridade para coletivos LGBTQ+, coletivos femininos e de negros, buscando dar visibilidade às minorias sociais.

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