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Hospital Tereza Ramos já investigava “sumiço” de remédios
Uma técnica em enfermagem que trabalha no Hospital Tereza Ramos, em Lages, foi detida pela Polícia Militar por ser suspeita de furtar medicamentos da instituição. O nome dela não foi revelado pela PM e nem pela Polícia Civil.
Depois de ser acusada do crime por outra funcionária, ela foi até o 1º DP registrar boletim de ocorrência. Antes disso, foi detida pela PM em frente à delegacia, porque era investigada pelos policiais que encontraram, durante a abordagem, duas ampolas de medicamentos em sua bolsa.
O hospital informou à Polícia Civil que os medicamentos foram furtados no dia 26 de fevereiro. Também foram encontrados mais remédios no armário que ela usa no hospital e na casa dela. “Ela contou que pegou e que todo mundo faz isso.
Diz que fez uma abdominoplastia e colocou silicone nos seios, por isso, precisa dos analgésicos”, explica o delegado Márcio Schutz, responsável pela investigação do caso.
Ela é servidora pública há mais de 12 anos e se for comprovado que usava os medicamentos em outras pessoas, poderá ser enquadrada como traficante. Não se descarta a possibilidade de outras pessoas estarem envolvidas no furto.
A princípio, a mulher tinha cerca de 20 ampolas e alguns comprimidos. A maioria, segundo o delegado, é de analgésicos, alguns estavam abertos e outros fechados. “Tinha remédios de uso restrito e outros não.”
No hospital, o delegado conta que há um controle de saída de medicamentos com o nome de quem retirou. Não se sabe se ela retirava o medicamento para aplicar nos pacientes e, ao invés disso, guardava para ela. Ou se tirava mais remédios para aplicar nos pacientes e também pegar uma parte para si.
Foi instaurado um inquérito para investigar o caso e apurar mais detalhes. Ela está respondendo o processo em liberdade.
Investigação
A diretora do Hospital Tereza Ramos, Beatriz Montemezzo, afirma que foram colocadas câmeras em pontos da instituição para descobrir quem furtava os remédios.
Porém, antes de furtar, a pessoa virava o equipamento ou estava vestida como se fosse para o centro cirúrgico, com máscara e guarda-pó grande. “Desde dezembro, percebemos que os medicamentos estavam sumindo.”
A Secretaria de Saúde ainda não informou ao hospital se a funcionária será afastada ou exonerada do cargo. Mas um processo disciplinar foi instaurado. Ela atua na parte clínica da ala feminina. Alguns medicamentos sumiram da farmácia do hospital e outros de um carrinho de emergência que fica nas alas.
Os da farmácia são destinados para pacientes específicos e os do carrinho de emergência são de uso exclusivo do hospital para os pacientes que precisarem. “Lamentamos muito porque zelamos tanto pelos pacientes. Não sabemos quantos ficaram sem remédios.”