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Greve atinge vários setores do país

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Greve dos caminhoneiros está maior a cada dia. Foto: Susana Küster

O anúncio da Petrobras de que na quarta-feira (23) o preço da gasolina cairá 2,08% e o do diesel, 1,54%, nas refinarias, não fez com que os caminhoneiros parassem a greve. Até porque, esta queda é nas refinarias e não se sabe quanto cada posto vai baixar. A redução dos preços foi tomada em função da queda do dólar e não devido à greve, que é maior a cada dia. Ontem, rodovias de 20 Estados do país já tinham pontos com manifestações e os profissionais dizem que vão voltar ao trabalho, somente quando o preço do combustível baixar consideravelmente.

Com dois dias de greve, os reflexos são sentidos em vários setores. Em Lages, a distribuidora Liquigás está sem gás industrial e tem gás de cozinha para mais dois dias. “Temos um estoque bom, mas está acabando”, avalia o funcionário, Waldir Schwald Araújo.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) emitiu um comunicado sobre o risco de falta de produtos para o consumidor brasileiro. Segundo a associação, há unidades produtoras com turnos de abate suspensos e há risco de animais morrerem por falta de alimento. Há também chance de contratos de exportação serem perdidos.

O setor automobilístico também já teve reflexo. Quatro linhas de produção da GM e Ford pararam, uma no Rio Grande do Sul, duas em São Paulo e outra na Bahia.  A administradora do Aeroporto de Brasília, Inframerica, informou ontem, que os caminhões com combustíveis para os aviões enfrentam dificuldades para chegar ao aeroporto, devido a greve dos caminhoneiros.

 

Situação em Lages

A maioria dos caminhões que passam pela BR-116, no município, param. Caminhoneiros estão no trevo que fica entre as BRs 116 e 282 para sinalizar aos colegas sobre o ponto da greve. O pátio do posto Ampessan estava lotado ontem de tarde e os veículos estavam sendo estacionados em terrenos ao redor. Uma imagem aérea mostra que mais de 100 caminhões estavam parados na tarde de terça-feira (22).

Segundo o diretor regional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística, Jorge Flores de Oliveira, a redução do valor de combustível até agora foi pequena, diante de tantos aumentos nas últimas semanas. “Só vamos voltar ao trabalho, quando baixar muito”.

 

Apoio

Na greve dos caminhoneiros, em Lages, haviam também topics do transporte escolar. O vice-presidente da Associação do Transporte Escolar de Lages, Andrigo Souza, diz que apesar dos motoristas não pararem a atividade, nos horários de folga, vão para a manifestação. “Cerca de 35% do nosso faturamento vai para pagar combustível, não temos como repassar mais de uma vez por ano os reajustes para nossos clientes”. O objetivo é que hoje, em média, 30 motoristas de topic participem da greve.

 

Aurora alimentos suspende a produção

A Cooperativa Central Aurora Alimentos comunica que, em consequência da greve que atinge o setor de transportes nas regiões onde estão instaladas as suas unidades produtivas, paralisará totalmente as atividades das indústrias de processamento de aves e suínos em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul (inicialmente) nesta quinta e sexta-feira, dias 24 e 25 de maio de 2018.

Nota da empresa afirma que a suspensão total das atividades tornou-se imperativa e inevitável em razão dos efeitos do movimento grevista que impede a passagem dos caminhões que transportam todos os insumos necessários ao funcionamento das indústrias e, também, o escoamento dos produtos acabados para os portos e os centros de consumo. A capacidade de estocagem de produtos frigorificados – de 50 mil toneladas – está exaurida.