Geral
Falta de chuva e calor forte deixam produtores de maçã em alerta
Os fruticultores da Serra Catarinense estão apreensivos por causa das condições climáticas. A falta de chuva e o calor forte estão ameaçando o crescimento da maçã, o que pode interferir diretamente na produção da safra 2019/2020. Em São Joaquim, o maior produtor do país, não chove há cerca de um mês. Na última sexta-feira (27), os termômetros registraram cerca de 30ºC no município.
O presidente da Cooperserra, Mariozan Corrêa, explica que a falta de chuva prejudica o desenvolvimento da maçã, interferindo no tamanho e na coloração da fruta, que atualmente está em fase de maturação. “Ainda não tivemos prejuízos, mas se continuar esta falta de água, poderemos ter quebra de até 15% na produção da próxima safra. Sem água, a planta fica desidratada e murcha. Estamos precisando de água”, diz Mariozan.
Pioneira no ramo da fruticultura, a Cooperserra, cuja sede fica em São Joaquim, é formada por quase 100 associados. Na próxima safra, a unidade espera colher de 14 mil a 15 mil toneladas de maçã. Mariozan diz que a colheita começa em fevereiro, até lá, ele espera que chova regularmente para que a próxima safra tenha resultados positivos.
O engenheiro agrônomo da Climaterra – órgão que monitora as condições do tempo em Santa Catarina, Ronaldo Coutinho, informa que a região de São Joaquim está a cerca de um mês sem chuva. Ele reafirma que o calor a estiagem podem provocar danos nos pomares. “Sem chuva e com a temperatura elevada, a maçã não cresce e fica queimada”, diz.
Coutinho afirma que a condição de estiagem e calor forte persistirá até na próxima terça ou quarta feira, na virada do ano, quando deve voltar a chover na região. Até lá, as temperaturas no estado deve continuar muito elevadas, podendo ultrapassar os 30º. “Antes disso, existe a possibilidade de pancadas bem isoladas”, acrescenta Coutinho.
Fruticultura em Santa Catarina
Santa Catarina é o maior produtor de maçã do Brasil e responde por 51% da produção nacional da fruta. Na safra 2018/19, os produtores catarinenses colheram 577,7 mil toneladas. O estado produz as variedades Fuji e Gala e o setor gerou um Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) de R$ 536,7 milhões no último ano.
São Joaquim, que responde por cerca de 80% da produção estadual, é responsável por 35% da produção e da área plantada do Brasil. A fruta representa cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do município, movimentando cerca de R$ 300 milhões por ano. Ou seja, muita gente do município depende da economia gerada por este tipo de cultura.