Exposição de fotos destaca cultura afro-serrana

A exposição ‘Homenagem a Cultura Afro-Serrana’, do fotógrafo Carlos Wolf segue no Lages Garden Shopping até o dia 24 de novembro. A mostra acontece por conta do Dia da Consciência Negra, 20 de novembro. Várias atividades com o tema são realizadas neste mês em todo o Brasil. Ele decidiu expor as imagens, “em respeito a toda a cultura afro que se encontra em Lages e região”. 

A coletânea de 18 fotos são registros do Encontro Afro-Brasileiro de Estética e Empreendedorismo realizado, em julho deste ano, na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac). “É uma homenagem. Minha primeira exposição, nesse formato, no mês em que se comemora a Consciência Negra, suas lutas e realizações”, explica.

A produção das fotos, segundo ele, foi um processo de aprendizagem. “Participei de algumas reuniões de preparação do Encontro Afro-Brasileiro e me senti muito a vontade, e consegui mais um grande grupo de amigos.”

O fotógrafo quis mostrar, também, nesse trabalho, a importância do povo negro para construção da identidade serrana. “Considero a importância de todos os povos que fazem desta terra um lugar especial para se viver. Aqui temos a hospitalidade, a alegria, a força de trabalho, a culinária, enfim, uma cultura de somas. Cada raça com sua individualidade, e que, em conjunto fazem a cidade de Lages”, reflete

Consciente do racismo estrutural que faz parte da cultura brasileira, Wolf afirma que é preciso acabar com esse tipo de preconceito. “Muitas pessoas [negras] ainda são reprovadas em entrevistas para emprego. E a causa não é técnica. Mas estamos caminhando, e para isso uma nova geração deverá assumir suas personalidades”, observa.

Ele considera que a exibição dessas fotos pode contribuir para a discussão do tema. “A exposição é simples e serve, de forma lúdica, para mostrar que a beleza não se resume aquela comercialmente utilizada. Há muito a construir, mas todos podem participar dessa construção”, reflete.

O fotógrafo faz questão de frisar que todas as pessoas são lindas, independente de raça, credo, ou classe social. “As pessoas precisam se dar conta da sua existência, e do conteúdo de cada membro da comunidade.” Ele acredita  a sociedade precisa evoluir muito a respeito da convivência entre os povos.

“Nada deve servir de meio exclusivo de qualquer forma, seja física, emocional, ou mentalmente. Somos indivíduos dotados de capacidades incríveis, e como tal deve se caracterizar um povo. Cada elemento, realizando-se a partir dessas capacidades, sem a necessidade de saliência sobre os demais”, observa.