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Estiagem provoca danos irreversíveis nas lavouras de milho
Os pés parecem sadios e estão verdinhos, mas apresentam problema no desenvolvimento. Além disso, eles deveriam estar bem maior, mas a falta de chuva retardou o crescimento das plantas. A estiagem do segundo semestre do ano passado causou danos irreversíveis nas lavouras de milho, com isso, os produtores rurais estimam uma perda na safra 2017/2018. A boa notícia é que voltou a chover nos últimos dias, o que alegrou os agricultores. Segundo o engenheiro agrônomo da Copercampos, Marcelo Capelari, o grande problema no período está relacionado às temperaturas altas e umidade baixa do ar. As lavouras semeadas no cedo foram as mais prejudicadas. Marcelo estima uma queda de 20% em relação à safra passada.
>>Soja_ As perdas nas lavouras de soja são bem menores, pois a cultura é mais resistente aos períodos secos na fase vegetativa. As lavouras estão, hoje, em florescimento, com poucas áreas com vagens, ou seja, em reprodução. Marcelo acredita que haverá uma perda de até 5% na produção estimada média, que é de 70 sacos/ha. O agricultor Paulo Henrique Floriani, de 26 anos, que possui propriedade na localidade de Rancho de Tábuas, no interior de Lages, plantou oito hectares e meio de milho. Ele acredita que perdeu de 20% a 30% da safra. “A falta de chuva prejudicou bastante. Sem água, o milho não cresce e, por consequência, cai a produção. Os pés deveriam estar cerca de um metro maiores”, comenta ele, que projetava colher 120 sacas por hectare, mas que, devido à estiagem, vai colher apenas de 90 a 100 sacas.
Este será o segundo ano que Paulo acumula prejuízos nas lavouras. Na safra passada, ele plantou 55 hectares de milho e teve perda de 40% na produção por causa do excesso de chuva. Ele espera chuva com mais frequência daqui para frente para evitar mais prejuízos.
>>Feijão_ O Boletim Agropecuário de dezembro de 2017 produzido pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) apontou que a falta de umidade no solo está provocando interrupção da semeadura de feijão em municípios importantes como Lages, São José do Cerrito, Campos Novos e Curitibanos.
>>Preço_ O agrônomo Marcelo ressalta que a rentabilidade do produtor será menor neste ano. “O custo de produção é alto e o preço das commodities (bem ou produto de origem primária comercializado nas bolsas de mercadorias e valores) está menor, então, o produtor está visualizando uma renda menor do que no ano passado”, informou. Atualmente, o valor da saca de soja é de R$ 63,50 e de milho R$ 28,00. No ano passado, a valorização destes cereais foi maior, de acordo com a Copercampos.