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Controle da espécie garante qualidade da carne catarinense
Para combater a proliferação da espécie exótica e manter a sanidade animal do rebanho, sem afetar a economia do Estado, maior exportador de suínos do Brasil, inúmeras ações de vanguarda foram tomadas pela Polícia Militar Ambiental. A Portaria estadual 003/2017, que define como deve ser feito o controle, sofreu modificações com o objetivo de tornar o trabalho menos burocrático, mais eficiente e prático.
A mudança prevê a utilização do aplicativo Ambiental SC, que ajudar no trabalho de controle populacional dos javalis. O documento também dispensa o Cadastro Técnico Federal (CTF) para proprietários rurais que não fazem diretamente o controle do animal e demandam a atividade a outros. O novo texto da portaria diz que as Guias de Tráfego só precisarão ser apresentadas por parte dos caçadores numa eventual fiscalização dos órgãos de segurança.
O comandante da PMA/SC, coronel Adilson Schlickmann Sperfeld, afirma que a portaria é um importante instrumento para regrar o controle e abate de javalis e ela deve englobar sugestões dos atores envolvidos no mesmo. “Buscamos continuamente atender em primeiro lugar os interesses de Santa Catarina, garantindo segurança, controle sanitário, sem afetar a economia do estado. Já obtivemos bons resultados e a PMA está engajada na disseminação contínua de novas práticas”.
Parcerias são importantes
O trabalho de controle do javali adotado pela PMA na Serra e Meio-Oeste, regiões que mais registraram danos causados pelo animal, serve de exemplo e suas ações estão sendo replicadas em todo o Brasil por meio do Plano Nacional de Controle do Javali. Para combater a proliferação da espécie, a PMA não trabalha sozinha, conta com importantes parceiros que estão no processo desde o início.
Com o Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (CIASC), desenvolveu o aplicativo Ambiental SC. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) está efetivamente presente nas ações sanitárias e de fiscalização. E a Secretaria Estadual de Agricultura, empresas e associações contribuíram para a elaboração de cartilhas informativas sobre o assunto.
Além disso, o contato constante com clubes de tiro tem contribuído bastante para a melhoria do desempenho da fiscalização e do controle do javali no estado. O diretor presidente do Brasil Safari Clube (BSC) e diretor Nacional da Associação Nacional de Caça e Conservação (ANCC), Cristian Oliveira, revela que tem promovido ações de educação continuada com caçadores, envolvendo desde evidências científicas da necessidade do controle do javali, regras de segurança, conteúdo científico e treinamento em tiro, caça e coleta de material para a defesa sanitária do país.
Além disso, há um trabalho de contato com as autoridades ambientais para resolução de possíveis casos de desacordo entre legislação e atitudes dos órgãos ambientais e caçadores filiados à entidade. “A PMA tem grande pró-atividade no controle do javali. O aplicativo vai trazer grandes avanços na organização do controle e esta parceria pode gerar grandes frutos”.
Prejuízos também na agricultura
O javali se tornou um problema para os produtores rurais e pecuaristas que sofreram importantes perdas econômicas decorrentes das invasões da espécie em áreas de pastagens, plantações de grãos, florestas e pecuária.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo, conta que tem mobilizado sindicatos rurais filiados e promovido reuniões com produtores nas regiões afetadas traçando um panorama da situação no Estado, ouvindo relatos e repassando as informações necessárias.
“Os produtores rurais são extremamente favoráveis à intervenção humana para o controle do javali em suas propriedades. O cuidado deve ser permanente, pois qualquer descuido pode significar prejuízos incalculáveis para toda a cadeia do agronegócio”.
Fonte: Catarinas Comunicação