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Colecionadores por amor

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O ato de colecionar pode ser explicado com uma palavra, amor. É esse o sentimento que leva as pessoas a iniciarem uma coleção de objetos. Eles podem ser variados, moedas, brinquedos, cartões, camisas. Mas tem um lugar especial na casa e na vida de cada colecionador.

O amor por carrinhos

O gosto de Luiz Fernando Lemos, 45 anos, pelos carrinhos de brinquedo vem desde cedo. A infância foi dividida com outros 9 irmãos. Nada de luxo, os brinquedos da família eram aqueles achados no lixo ou adquiridos depois de algum trabalho na vizinhança.

Mas a admiração pelos carrinhos nunca saiu de seu cotidiano, por isso, o caminhoneiro, sempre que pode, comprava algum item novo, para formar uma coleção. Atualmente, ele conta com mais de 800 unidades, entre carros e caminhões. Alguns modificados por ele mesmo, na garagem de sua casa. Uma cabine de plástico, algumas madeiras, cola e muita criatividade.

Aprendeu o oficio mexendo e também, vendo alguns vídeos no youtube. O que sempre o moveu foi a paixão! A brincadeira não é a mesma de antigamente, cada objeto tem um lugar especial na casa e no coração de Luiz Fernando, os amigos e familiares já sabem disso. Ninguém toca, os objetos estão ali para serem apreciados.

Seu apego são os carros dos anos 80, ele se orgulha em mostrar alguns originais em sua estante. Muitos dos objetos estão em caixas, dentro de seu guarda-roupa. As transformações ainda são um hobby, mas a ideia é que depois de aposentado, Luiz trabalhe apenas com isso.

“Ainda não consigo montar um (carro) do zero, mas 90% dele consigo transformar”, comenta ele, que compra alguns carros em sites e modifica para deixá-los mais reais. Seu tempo livre é dividido entre a família e a paixão pelos carrinhos.

O gosto de Luiz Fernando Lemos, 45 anos, pelos carrinhos de brinquedo vem desde cedo – Foto: Agnes Samantha

A paixão pelo futebol

Desde a década de 90, Antonio Marcos Mendes de Melo, conhecido como “Melo”, queria ter camisas de futebol para montar uma coleção. A influência veio, além da paixão pelo esporte, de alguns amigos que jogavam futsal e colecionavam os itens.

Com infância e adolescência vivida em Capão Alto, o rapaz teve que aguardar um pouco para colocar o sonho em prática, devido as condições financeiras da época. Mas depois que adquiriu o primeiro item, ninguém mais o parou. Atualmente sua coleção de camisas, conta aproximadamente com 500 itens.  Entre os favoritas estão as camisas do Leão Baio, o Inter de Lages. São 20 peças na coleção.

Nem todos os itens foram comprados, ele aceita contribuição de amigos ou até mesmo de desconhecidos. Conta que comprar nem sempre é a forma mais prazerosa, trocar ou ganhar motiva a aumentar o acervo. “Ouvir que a camisa estará mais bem cuidada comigo do que com quem está doando a peça, é muito bacana”. Seu desafio hoje, é adquirir a camisa do Inter de Lages do Zé Melo ou Jones Minosso.

Além disso, já houve casos bem inusitados para conseguir exemplares, como quando parou uma pessoa na rua para contar a história de colecionar e a ela tirou a camisa para dar ou vender.

Sobre valores ele não entra em detalhes, mas já adquiriu um item em uma ação do Inter de Lages quando o time foi Campeão da Série B do estadual, na qual vendeu camisas de jogo a torcedores apaixonados, para levantar fundos. “Não posso revelar o valor senão minha esposa fica brava comigo” brinca ele.

As camisas têm valor sentimental, muito maior que o monetário. Por isso acaba sendo difícil trocar um exemplar por outro. Sua intenção é ter sempre um espaço especial para acomodar as camisas e se possível passar essa paixão adiante. “O colecionador não procura as peças, na maioria das vezes. Mas a peça procura (e encontra) o colecionador”.

Desde a década de 90, Antonio Marcos Mendes de Melo, conhecido como “Melo”, queria ter camisas de futebol para montar uma coleção – Foto: Divulgação

A coleção da infância

Aos 14 anos Onei de Chaves Xavier iniciou sua coleção. Atípica para os dias atuais, o que brilhava seus olhos, eram os cartões telefônicos. Desde cedo ele sempre colecionou álbuns de figurinhas (de futebol ou desenhos animados), e nesta mesma época, começaram a lançar cartões com fotos e séries temáticas.

Foi assim que o garoto tomou gosto. Quando vinha da aula ou ia para o trabalho, ele passava nos orelhões para ver se não havia algum cartão esquecido. O melhor, ele sempre achava algum. Seu maior investimento foi em uma série completa, temática com fotos de orquídeas, foram R$ 50,00. “Na época eu não pagava mais pois iria fazer falta na renda familiar” conta ele.

Hoje, sua coleção conta com 3000 mil itens. O valor é sentimental, já que ele também coleciona histórias de amigos que o ajudaram a formar seu acervo. Ele lembra de um vizinho caminhoneiro, que a cada nova viagem trazia vários cartões.

Eram poucas pessoas que tinham celular na época e a forma mais acessível de se comunicar com os familiares era através dos orelhões.  “Os tempos mudaram, o interesse maior é virtual” comenta ele que tem 3 filhas, mesmo assim ele nunca quis se desfazer da coleção.

Aos 14 anos Onei de Chaves Xavier iniciou sua coleção. Atípica para os dias atuais, o que brilhava seus olhos, eram os cartões telefônicos – Foto: Divulgação

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