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#CLentrevista a professora Josiane Soares Reis

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Correio Lageano: Em homenagem ao Dia do Professor, 15 de outubro. Você esteve na Assembleia Legislativa recebendo uma placa na sua área, foi a única da Serra a receber essa homenagem. Uma indicação da deputada Luciane Carminatti. Como foi receber essa homenagem?

Joseane Soares Reis: Foi muito importante para mim. Essa valorização do professor está um pouco decaída, a gente não se sente tão valorizado por todos. Mas eu fiquei feliz, porque foram colegas que indicaram meu nome, eu me senti realizada e muito feliz por estar representando todos os meus colegas na área da educação especial em Santa Catarina.

Você também é diretora do Educação de Jovens e Adultos (EJA) no município de Capão Alto, na Serra. Fala um pouco como é o seu trabalho, o que vocês desenvolvem.

É um trabalho muito bom. Eu adoro trabalhar tanto na educação especial, quanto na educação de jovens e adultos, que são alunos que não tiveram oportunidade ou que perderam o ano ou série normal da educação básica, e retornam, e a gente recebe com bastante carinho. É um trabalho digno, gostoso de trabalhar com esses jovens que estão voltando para estudar, voltam nas disciplinas que deixaram de fazer. Adoro esse meu trabalho como diretora, tanto quanto professora. É muito bom e muito dignificante.

Esses alunos que perderam e não tiveram a oportunidade por algum motivo, como você falou, vão estudar com muita vontade, muito empenhados em recuperar o tempo perdido, né?

Isso. A gente ouve as histórias deles, que muitos moram no interior e é muito sacrifício para estudar. Nós temos senhoras também que ficaram muitos anos e agora estão retornando, querendo ser alfabetizadas, fazer o seu nome, tirar o dedinho do carimbo. A gente fica muito feliz, porque realmente elas vêm com vontade de trabalhar e não faltam um dia na escola, estão todos os dias ali, chuva ou vento elas estão ali, procurando essa oportunidade que perderam ou que não tiveram no tempo comum delas.

Você também é professora na escola estadual Vidal Ramos Júnior, que é o Centro Educacional, né?

Sim, eu sou segunda professora. Tenho dois alunos, um no período da manhã, que tem deficiência leve, e à tarde eu trabalho com um autista. Também é um trabalho muito gostoso, que precisa de dedicação, muito amor para com esses alunos. O principal para mim é o amor.

Como você vê a situação da educação hoje no Brasil? As coisas boas as coisas não tão boas?

A educação é sempre boa, porque educação e saúde a gente precisa valorizar. Tem os empases que a gente passa, o salário às vezes baixo, a própria desvalorização da gente, cursos e capacitações que muitos não têm oportunidade, mas a pessoa e o professor que quer e têm vontade, vão em busca e fazem por si só. Mas, assim, acredito que a gente tem muito que melhorar dentro da educação, mas também depende muito de cada profissional, precisamos ir em busca, procurar e buscar, sem esperar muito pelos outros. Eu sempre fui muito independente, sempre fui em busca daquilo que eu queria e continuo ainda em busca, já faz quase 30 anos que estou na área da educação, estou sempre em busca e nunca parei. Acredito que educação é isso, é correr atrás e fazer o seu melhor, com muito amor e dedicação.

Se você pudesse voltar no tempo quando escolheu ser professora, que já é há 30 anos, teria escolhido de novo?

Escolheria novamente, porque eu amo aquilo que eu faço. Eu já levanto e sempre digo para minha família, que eu levanto feliz, porque estou fazendo aquilo que gosto. Eu acho que cada um deveria fazer o mesmo, porque a gente trabalha mais feliz, melhor, dá o melhor de si. A gente percebe também que os alunos sentem quando o professor, o profissional se dedica com bastante amor, bastante carinho naquilo que faz. Então, eu sou realizada naquilo que faço e faria novamente, seria professora. Não teria outra opção a não ser essa.

Colaborou: Jordana Boscato

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