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Caso de agressão no Vila Mariza gera polêmica e afastamentos

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Médica pediu licença de saúde e consultas estão sendo direcionadas a outros locais - Fotos: Andressa Ramos

O caso da agressão, supostamente sofrida pela médica e uma enfermeira do posto de Saúde do Bairro Vila Mariza, em Lages, tem rendido muitas polêmicas, inclusive com uma licença de saúde para a médica e o desligamento do cargo de coordenação de um enfermeira efetiva  do Pronto Atendimento Tito Bianchini. A secretária da Saúde de Lages, Odila Waldrich, esteve no Correio Lageano para esclarecer algumas situações.

Ela destaca que Lages registra, diariamente, episódios de agressão e, há algum tempo, os servidores vinham pedindo mais respeito por parte da população, tanto ao tratamento quanto à valorização por parte do poder público em relação a cargos e salários.

Prova disso é um cartaz colado nas unidades de saúde, com a data do dia 10 de dezembro, pedindo apoio a uma votação na Câmara de Vereadores sobre o vale-alimentação e a progressão de cargos.

Na votação, o pedido foi arquivado. Segundo a secretária, a prefeitura sempre busca conceder o reajuste salarial e enfatiza que o trabalho é de muita responsabilidade dos 1.200 servidores, todos efetivos.

Odila comenta que todos os dias são registradas agressões verbais contra servidores, o que preocupa a gestão. Para isso, os profissionais estão em constante capacitação de sensibilização de acolhimento para melhor atendimento e entendimento das necessidades dos pacientes.

Unidade está sem médico

Após o fato da agressão, ocorrida no dia 15, a médica Juliana Stefani, que teria sido uma das vítimas, está afastada para tratamento de saúde, já que está grávida e, por isso, a unidade de saúde está sem médico.

As consultas da população atendida por aquela unidade, estão sendo agendadas para a Policlínica Municipal ou, em alguns casos, os direcionadas ao Pronto Atendimento Tito Bianchini e ao Hospital Infantil Seara do Bem.

Não há previsão de retorno da médica ao trabalho, nem a sua substituição. “Durante todos os dias, na rede municipal de saúde, são atendidas mais de oito mil pessoas. Nas unidades, cerca de 400 pessoas, informa Odila.

Vereadores pedem processo administrativo

O episódio da agressão repercutiu em muitas redes sociais, inclusive em um grupo de WhatsApp formado por servidores do Pronto Atendimento Tito Bianchini, que teve suas conversas divulgadas.

O vazamento das imagens com as conversas do grupo motivou 12 vereadores de Lages, que tiveram seus nomes citados nos diálogos, a fazerem um pedido de abertura de processo administrativo e afastamento de uma servidora do cargo de coordenação.

Porém, a servidora, que é enfermeira de carreira, e estava exercendo a função de coordenação do pronto atendimento, pediu o afastamento para voltar a exercer a profissão de enfermeira antes mesmo de o documento ser entregue ao prefeito em exercício, Juliano Polese.

Vereadores

O vereador Jair Júnior (PSD), um dos citados no grupo de whatsapp, comenta que o pedido do processo administrativo se dá em função dos fatos que não condizem com a conduta da prefeitura. Segundo Jair, a população é a mais prejudicada neste caso.

O vereador Lucas Neves (PP) completa que o pedido é para possibilitar a identificação dos envolvidos e apurar a conduta deles. “O repúdio é no sentido de que aquelas pessoas que participaram da conversa demonstram não ter preparo para atender a população”.

Lucas comenta que recebeu as mensagens com surpresa, pois sempre foi bem recebido e atendido no pronto atendimento. Os servidores que foram citados publicamente, segundo Odila, estão tomando as medidas cabíveis referente à divulgação das imagens.

Vigilância

Já está em processo de licitação a compra de câmeras de videomonitoramento para instalação nas Unidade de Saúde, o que deve contribuir para coibir os casos de agressão ou identificar possíveis agressores. Além disso, alguns pontos estão com vigilantes contratados pela Secretaria.

UPA deve mudar realidade de atendimento

A secretária Odila acredita que com a conclusão das obras da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a abertura ao público, deve mudar a realidade dos atendimentos de urgência e emergência, isso porque a estrutura é maior e oferecerá mais especialidades.

Hoje, o Pronto Atendimento Tito Bianchini não suporta a demanda da população. “A estrutura da UPA está praticamente pronta, mas depende da aquisição do mobiliário. Ao todo, são três mil itens que precisam ser comprados, porém, para enviar o edital ao setor de licitação, a Secretaria precisa fazer três orçamentos diferentes de cada item.”

Secretária Odila Waldrich espera que atendimento melhore com abertura da UPA

Mutirões

A Secretaria de Saúde conseguiu, por meio de emenda da deputada Carmen Zanotto, contratar duas equipes de médicos oftalmologistas de Florianópolis para atender em Lages. O objetivo é zerar a fila onde oito mil pessoas aguardam uma consulta.  Da primeira semana de janeiro até agora, três mil pessoas foram atendidas às sextas-feiras, sábados e domingos. Destas, 250 já foram encaminhadas à cirurgia em São José.

Outro mutirão muito aguardado é o de exames. Há pessoas que aguardam na fila desde 2013 para os exames de alta complexidade, como ressonância magnética, ultrassom, colonoscopia, endoscopia e outros. A expectativa é que entre maio e junho essa fila seja zerada.

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