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Casarão Juca Antunes: parecer deve ser entregue nos próximos dias
O projeto de restauração do Casarão Juca Antunes, localizado no encontro das Ruas Coronel Córdova e Benjamin Constant, ainda aguarda aprovação da Fundação Catarinense de Cultura, para que a obra seja iniciada.
Situado no Centro de Lages, a estrutura pertenceu ao Coronel José Antunes Lima, conhecido como Juca Antunes, importante político da região. A residência foi construída por volta de 1850, de acordo com o pesquisador Fabiano Teixeira. A estrutura é o último registro do século XIX e em arquitetura luso-brasileira, em Lages.
A desapropriação e posse da estrutura só aconteceram no final do ano passado, após decisão judicial. Por meio de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), a empresa China Three Gorges (CTG Brasil) fará a restauração da casa e em seguida, entregará para a Prefeitura. Em nota, a empresa informou que o projeto de restauração ainda se encontra em análise pela FCC. Eles informam que fizeram uma solicitação de alteração no projeto, que foi prontamente atendida pela CTG. “A companhia aguarda, agora, pelo posicionamento da Fundação com expectativa de iniciar o processo de revitalização do imóvel em 2018”, acrescentam.
Parecer_ A diretora de Patrimônio Cultural da FCC, Vanessa Maria Pereira explica que a análise já foi realizada e o parecer deverá ser concluído nos próximos dias. O órgão informou que o projeto apresentado estava incompleto. “Trata-se de um imóvel muito relevante, precisamos nos cercar de todos os cuidados para garantir uma obra de qualidade”, ressalta.
Vanessa acrescenta que a preservação deste imóvel para Lages e Santa Catarina, tem uma importância enorme. “É um registro material da história, da memória e da cultura, de um período em que a cidade tinha uma relevância fundamental para a economia do Estado”, explica a diretora.
Além disso, ele ajudará as gerações futuras a entender os modos de viver de seus antepassados e Vanessa ressalta que gerará uma sensação de identidade e pertencimento, o que é fundamental para a formação dos cidadãos.
Para a utilização do espaço, o superintendente da Fundação Cultural de Lages, Gilberto Ronconi, explica que ainda não há uma decisão para o que será abrigado no local após a reforma. “Pode ser que seja o Arquivo Histórico, uma galeria de arte, mas não há nada definido”, esclarece. Vanessa explica que, caso seja utilizado para Arquivo Histórico, será uma ótimo alternativa. Pois permitirá o acesso coletivo, com uma função nobre e também de grande relevância para a cultura da cidade.
Obra_ Sobre a obra, a CTG informa que isto dependerá das especificidades do projeto aprovado, bem como de outras contingências no desenrolar dos trabalhos. O custo também dependerá do projeto, entretanto, a CTG estima um valor entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão.
Na nota, a empresa ressalta que “contratou um escritório de arquitetura especializado para elaborar o projeto, bem como para executar a obra. Enquanto aguarda pelo restauro, o casarão passa por vistorias técnicas regulares, promovidas pela CTG Brasil para garantir a integridade do prédio e a realização de intervenções e manutenções emergenciais, em caso de necessidade. Para proteção contra intempéries, o edifício está coberto por lonas especialmente confeccionadas para esse fim”.
Prédio foi tombado por FCC em 1990
No trabalho do pesquisador Fabiano Teixeira, ele explica que as paredes internas foram construídas em pau-a-pique, solução incomum para a época, pois a maioria das residências eram construídas em taipa de mão ou madeira.
Nas esquinas das Ruas Coronel Córdova com João de Castro, foi demolida uma casa semelhante ao casarão, na década de 1940, e no local construída a Agência de Correios, além de moradias nas esquinas da Rua Nereu Ramos com a Praça João Ribeiro. Juntamente com o Palacete Gamborgi, no encontro das ruas Marechal Deodoro e Hercílio Luz, o casarão foi tombado em 1990 como Patrimônio Estadual de Santa Catarina.
Em 2006, o casarão passou por uma reforma que custou R$ 91 mil, com a recuperação do jardim, parte elétrica e hidráulica, aberturas, forro, telhado e calçadas, além da construção de banheiros e outros resgates arquitetônicos. Na época, o local foi utilizado como mercearia. Três anos depois, o casarão sofreu uma interdição, mas na época, pertencia a uma família lageana.