Geral

Casarão Juca Antunes parado no tempo

Published

em

Foto: Camila Paes

O projeto executivo para a reforma do Casarão Juca Antunes, no Centro de Lages, já foi entregue e aprovado pela Secretaria de Planejamento e Obras. Agora, a empresa China Three Gorges (CTG Brasil) que, através de um Termo de Ajuste de Conduta, revitalizará a obra, deve contratar a empresa que fará a revitalização da estrutura datada do século XIX.

Enquanto isso, a casa está completamente coberta por uma lona. Um tapume de metal cobre os arredores da estrutura, que há poucos anos, era uma mercearia. Um adesivo de “interditado”, colocado pela Defesa Civil, permanece no tapume e outra placa informa que a casa está em reforma.

Quem passa pelo encontro das ruas Benjamin Constant e Coronel Córdova, onde está localizado o casarão, nem presta mais atenção na casa. A lona laranja foi colocada no telhado, porque não há mais telhas, que foram retiradas porque a estrutura não aguentaria o peso. Na última vez em que a reportagem entrou na casa, em março do ano passado, a situação do piso era precária e era preciso tomar cuidado onde se pisava. Por causa da idade e falta de conservação, a estrutura da casa tinha aparência frágil.

Foi em março de 2017, também, que a empresa que realizou o projeto de revitalização foi definida. Mais de 16 meses depois, o projeto foi finalmente aprovado pela Fundação Catarinense de Cultura, órgão que pediu ajustes no projeto. Uma das demandas da FCC foi a autorização imediata para a empresa iniciar algumas ações preventivas, como a limpeza do local (retirada de entulhos), estabilizações, escoramento e uma sobrecobertura de proteção, que evitará que os danos se agravem.

 

Próxima etapa

Em nota, a CTG informou que está realizando o processo de seleção, para contratar uma empresa especializada. Em junho a reforma emergencial foi realizada, com o objetivo de preservar suas condições até o início da obra, previsto para o segundo semestre.

A data de início e o cronograma dos trabalhos de restauração será definido com a empresa contratada e, oportunamente, comunicado à comunidade. O custo também dependerá do projeto, entretanto, a CTG estima um valor entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão.

 

Histórico

Situado no Centro de Lages, o casarão pertenceu ao Coronel José Antunes Lima, conhecido como Juca Antunes, importante político da região. A residência foi construída por volta de 1850, de acordo com o pesquisador Fabiano Teixeira. A estrutura é o último registro do século XIX e em arquitetura luso-brasileira, em Lages.

A desapropriação e a posse da estrutura só aconteceram no final do ano passado, após decisão judicial. No trabalho do pesquisador Fabiano Teixeira, ele explica que as paredes internas foram construídas em pau-a-pique, solução incomum para a época, pois a maioria das residências eram construídas em taipa de mão ou madeira.

Na esquina das Ruas Coronel Córdova com a João de Castro, foi demolida uma casa semelhante ao casarão, na década de 1940, e no local construída a Agência de Correios, além de moradias nas esquinas da Rua Nereu Ramos com a Praça João Ribeiro. Juntamente ao Palacete Gamborgi, no encontro das ruas Marechal Deodoro e Hercílio Luz, o casarão foi tombado em 1990 como Patrimônio Estadual de Santa Catarina.

Em 2006, o Casarão Juca Antunes passou por uma reforma, que custou R$ 91 mil, com a recuperação do jardim, parte elétrica e hidráulica, aberturas, forro, telhado e calçadas, além da construção de banheiros e outros resgates arquitetônicos. Na época, o local foi utilizado como mercearia. Três anos depois, sofreu interdição, mas na época, ainda pertencia a uma família lageana.