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Arte moderna é tema de exposição e apresentações em escola

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Alunos do 3º ano, durante apresentação no auditório da escola - Foto: Adecir Morais

Quando os movimentos de vanguarda emergiram na Europa, no início do século passado, os artistas brasileiros passaram a buscar novas referências estéticas para a produção artística, privilegiando aspectos nacionais, não mais se pautando pelo que vinha de outros países.

Tal movimento deu origem ao Modernismo, fortemente marcado pela Semana de Arte Moderna, de 1922. A partir deste acontecimento, o Brasil começou a desenvolver sua própria identidade artística e literária (música, teatro, cinema, literatura, artes plásticas), Posteriormente, nos anos 60, surgiu o Tropicalismo, outro movimento cultural brasileiro.

O legado destes dois importantes movimentos está sendo lembrado na Escola de Educação Básica Industrial de Lages, uma das maiores escolas da cidade. A Semana de Arte Moderna Tropicalista conta com exposições e apresentações artistas no auditório da unidade.

O evento, que teve início na terça-feira, busca “apresentar essas linguagens revolucionárias, rebeldes pelas mãos dos alunos dos terceiros anos do Ensino Médio da escola”, enfatizou o professor Carlos André Corrêa, que atuou na elaboração do projeto ao lado da professora Alice Hoog. Ambos entendem que Arte, Língua Portuguesa e Literatura se dá não só na teoria, mas na prática também.

Durante as apresentações, são lembrados artistas brasileiros que se destacaram no Modernismo e no Tropicalismo, como o poeta Oswald de Andrade e os músicos Caetano Veloso e Gilberto Gil. Os espectadores são alunos de outras turmas.

As alunas do Sarah Kleimmann e Maria Malinverni, que atuaram na elaboração das exposições de arte, disseram que ficaram surpresas quando começaram a pesquisar os artistas brasileiros. O que mais as surpreendeu foi a pesquisa sobre o Tropicalismo [movimento que ajudou a derrubar a Ditadura Militar do período 1964-1985). “A censura do período da ditadura nos chamou muito a atenção. Foi uma época em que as pessoas não tinham liberdade de expressão”, disseram.

Doação

A Semana de Arte Moderna Tropicalista do Colégio industrial se encerra nesta quinta-feira (11). Além de muita arte e cultura, o evento também possui cunho social. Cada estudante (espectador), pode doar um quilo de alimento não perecível. Os alimentos serão doados a famílias carentes de Lages.

Movimento de rebeldia

Carlos lembrou que a arte sempre foi manifestação de rebeldia e a rebeldia esteve para a mudança como a mudança está para a revolução. “Ser rebelde é estar à frente de seu tempo, porém com uma visão de seu tempo como não aceitação amorfinada de uma cultura insossa. A solução é buscar caminhos inovadores, agregar-se de outras linguagens e regurgitá-las com características próprias”, comentou.

Ele recordou que os modernistas brasileiros e os tropicalistas, embora surgidos em épocas distintas, buscaram traduzir essas linguagens estrangeiras com elementos brasileiríssimos. Das vanguardas europeias para o Modernismo, do Modernismo para o Tropicalismo.

Para ele, toda a “unanimidade é burra. Contrariando essa máxima, o Modernismo, assim como o Tropicalismo entenderam que o caminho deve ser diverso e, por vezes, ilógico, rebelde, revolucionário”.

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