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Após morte, moradores de Correia Pinto se mobilizam para pedir segurança

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Pamela faleceu 10 dias após o atropelamento, no Hospital Infantil Seara do Bem - Foto: Arquivo Pessoal/ Divulgação

“Um mês e meio, antes do acidente, sonhei que minha filha mais velha, Paloma (21), tinha sido vítima de atropelamento. Eu estava as margens de uma rodovia, onde tinha acontecido o acidente, porém, não conseguia ver a minha filha. Só encontrei o sapato dela. No dia seguinte, contei o sonho e avisei para ela se cuidar. E, olhei para a outra, minha filha mais nova, a Pamela (15).”

A declaração é da moradora de Correia Pinto, Nilceia Farias de souza Bastos, que dias depois socorreu Pamela, em um acidente na BR-116. A adolescente morreu dias depois no hospital.

No dia 29 de janeiro, para desespero da mãe, por volta das 12 horas, recebeu a informação que sua filha, Pamela de Souza Bastos, na época com 14 anos, tinha sido atropelada, no Km-202 da BR-116, perímetro urbano de Correia Pinto.

Pamela foi atingida por um Corsa placas de Otacílio Costa. “Ela foi arremessada e sofreu hemorragia intracraniana. Foi socorrida, mas devido à gravidade morreu no Hospital Infantil Seara do Bem, em Lages, após 10 dias do acidente.

Nilceia lembra que estava preparando uma festa surpresa, pois no dia 5 de fevereiro Pamela completaria 15 anos. Não deu tempo. A data chegou quando a adolescente estava no hospital. Ela faleceu no dia 8.

Uma semana antes do acidente, perguntou o que a filha queria de presente. “Mãe não quero nada” conta a mãe. A família planejava uma festa surpresa só com amigos mais íntimos. “De qualquer forma iríamos fazer. Ela era uma pessoa diferente das outras meninas da sua idade. Tinha muito carinho pelos idosos. Cuidava da avó. Não é porque partiu, Pamela era especial.” diz Nilceia.

Pamela, segundo a mãe, voltava do trabalho, onde estava como estagiária “Ela queria muito trabalhar. As vezes me culpo porque deixei”.

No trecho onde ocorreu o acidente, que fica próximo a Rótula Central, não tem nenhuma sinalização, se é ou não permitido a travessia. Até porque, o guard rail está aberto, e tem uma calçada que sai direto para o asfalto.

Nilceia diz que tem consciência, que o local não era o mais adequado, mas avalia que nenhum trecho da rodovia, no perímetro urbano do município, é seguro para pedestres. Os veículos trafegam em alta velocidade no local.

“Mesmo que Pamela caminhasse em torno de um quilômetro para atravessar a BR, mesmo assim não seria seguro. Eu sempre orientava Pamela. Perguntava se atravessar no trevo não era mais seguro? Ela respondia que se sentia mais segura no ponto onde ocorreu o acidente”, relembra a mãe.

Manifestação na BR-116

A manifestação da manhã de sexta-feira (09) foi de muita emoção. Amigos e a irmã da vítima lembraram como Pamela era uma pessoa boa, cuidadosa e simpática. Falaram, também, de seus planos para o futuro.

Manifestação pedindo por mais segurança, em Correia Pinto