Geral
Workshop trabalha o fortalecimento da identidade cultural da Serra
A Serra Catarinense já é conhecida nacionalmente e até internacionalmente pelas suas belas paisagens e temperaturas negativas durante o inverno, fatores que elevam o turismo nessa época. Porém, há outros potenciais a serem explorados, como os produtos artesanais feitos por pessoas da região.
Exemplo disso, é o grupo “As Mulheres do Divino”, da localidade Espírito Santo, em Rio Rufino. Foi descoberta, nessas mulheres, a capacidade de fazer panificados com receitas de família, para vender nas cidades vizinhas e também em Rio Rufino.
Uma forma de incentivar e desenvolver não só a economia na localidade, mas também criar um atrativo para que as pessoas busquem o grupo para comprar seus pães, bolachas, bolos, entre outros.
Visando a fortalecer a identidade cultural da Serra Catarinense para que o turista visite as cidades pensando, também, nos produtos que caracterizam a região, o 1º Workshop Identidade Cultural da Serra Catarinense começou o debate com o objetivo de diagnosticar e promover ações de incentivo para a discussão dos elementos identitários com potenciais indutores de desenvolvimento sustentável de cultura, educação e turismo na Região Serrana.
A assessora de turismo da Amures e turismóloga da Secretaria de Turismo, Ana Vieira, explica que a iniciativa de fazer esse evento é para se utilizar daquilo que a região tem de mais importante, como a produção agrícola, e de artesanato.
“Produção do nosso fazer, do nosso ofício no turismo. A estratégia é que o turista possa vir buscar aqui uma identidade única que é aquilo que nos representa. Entre quarta e quinta, um documento está sendo produzido, relatando o perfil de identidade cultural da Serra Catarinense e dando subsídios para o turismo utilizar isso como fator econômico. Porque nós temos que usar nossas produções artesanais, nós temos muita produção e o turismo tem de se apropriar disso, tornando-nos um destino turístico.”
O turismo como impulso ao desenvolvimento socioeconômico
O professor e antropólogo da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), Geraldo Augusto Locks, primeiro palestrante do Workshop, enfatiza que o evento abre as portas para outros segmentos sociais e, apesar do foco estar bastante voltado ao turismo, é importante mostrar o que o serrano é e o que as pessoas fazem na Serra Catarinense.
“Eu vejo como uma das primeiras iniciativas que parte do governo com a sociedade civil de pensar a relevância da nossa cultura, da nossa identidade cultural como uma potência capaz de transformar a realidade e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico”, diz Locks.
“É uma das primeiras vezes que eu vejo que tá se colocando essa pauta: a importância da nossa cultura e da nossa identidade. Na minha fala, a gente traz a identidade nossa, nos perguntando, quem somos, como nos construímos como povo serrano, quais as características que nos singularizam”, complementa.
Para ele, o povo serrano tem uma identidade própria. “Isso nos diferencia de outras realidades e de outras regiões do Estado de Santa Catarina e aí está o caminho pra gente pensar o desenvolvimento, que se diferencia da região de Joinville e de Chapecó, por exemplo, que têm claro essa identidade”.
“Nós aqui parece que andamos ainda muito às escuras sobre isso. Então, esse encontro pode jogar luzes pra gente pensar a nossa identidade, quem somos, como nos constituímos e o que queremos com o nosso desenvolvimento”.
Locks ainda completa dizendo que “considera nosso desenvolvimento econômico ainda socialmente desigual, economicamente injusto e ambientalmente predatório. Temos que mudar essa rota. E pensar nossos valores que estão dentro da nossa cultura. A grande pergunta: que desenvolvimento queremos que responda a lógica dos grupos étnicos”.
Um desafio para transformar a economia
O prefeito de Lages Antonio Ceron destacou em sua fala, a importância do evento para a integração da Serra Catarinense e disse que o maior desafio é transformar o turismo e as ações de cultura em atividade econômica.
Para o prefeito de Bom Retiro Vilmar Neckel, o Workshop terá papel importante no resgate da cultura e das tradições como instrumento de fomento do turismo. “Esse encontro ajudará a valorizarmos nossa cultura, nossa tradição, as nossas coisas da maneira como são. E será importante elo para integrar nossas ações”, comentou Neckel.
Programação
Local: Auditório do Centro Tecnológico da Uniplac
9h: Painel de Palestras – Palestrantes Confirmados – IFSC / EPAGRI / MTG
10h30: Discussão sobre os resultados da oficina e organização das próximas ações (Condução Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte)
12h: Intervalo para Almoço
13h30: Palestra com Ex-Ministro de Turismo – Luiz Barreto
14h30: Rodada de Negócios SEBRAE
17h: Encerramento