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Vida de circo

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Imagens: Agnes Samantha

A cada novo mês uma nova cidade torna-se sua morada. Aiesha Guerreiro tem 19 anos é há 17 vive uma vida itinerante no circo da família. A contorcionista, realizou suas primeiras apresentações aos 4 anos, quando ainda de fralda, corria pelo palco. Sua mãe Mônica Guerreiro, nasceu nesse mundo circense, e seu pai Roderlei Guerreiro, foi levado por ele através do amor.

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Aiesha é natural de Londrina, no Paraná, mas pode dizer que tem um pouco de si em cada cidade que passou. Afinal, diferente do que muitas pessoas pensam, os habitantes de um circo, tem uma vida com as mesmas obrigações de quem mora na cidade. O estudo é uma das principais. Por estar sempre em uma cidade nova, os artistas mudam de escola constantemente, para isso existe uma lei que assegura o direito de que eles frequentem a escola local, no período em que estiverem na cidade.

Para quem pensa que quem trabalha em circo não precisa de estudo, se engana, por trás de todo colorido que encanta as crianças, existe uma porção de burocracias que exigem dos administradores, conhecimento.

Foi assim, durante todo o período escolar de Aiesha, que é formada no ensino médio e hoje cursa Design de Moda em uma faculdade a distância. “Meu pai diz que estudo nunca é demais” comenta “Eu escolhi um curso que me auxilia aqui dentro do circo, pois sempre gostei de confeccionar figurinos”, diz ela que não pretende deixar a vida circense para trás.

Assim como o restante de sua família, Aiesha, tem o gosto pelo circo no sangue. Atualmente, em Lages, o Circo Fantástico conta com 50 colaboradores, 14 destes da família da garota. Quem passa pelo local durante o dia pode vislumbrar os trailers estacionados lado a lado no terreno do Lages Garden Shopping. Cada um, com sua característica, as roupas estendidas no varal, ou uma nova pintura sempre estampada na parede da casa sobre rodas. “Dentro do palco somos todos uma família, mas aqui fora, cada um vive a sua vida” conta.

O circo é como uma grande empresa, onde há rotação de funcionários. A comunicação entre os circos auxilia a equipe a encontrar novos colaboradores para o espetáculo, sempre que necessário. “Se eu sair, por exemplo, é feito um anúncio no facebook, ou enviamos mensagens aos amigos pedindo por um número de solo”.

Além disso, eles podem contar com outra ajuda familiar, já que outros 10 circos que rodam o Brasil, também pertencem a parentes da família Guerreiro. Já, quando se trata da escolha pelas cidades em que farão a apresentação, a resposta é: chute. “Um dos únicos filtros é o número de habitantes. A comunicação entre os circos também ajuda na escolha. Mas muito vai da sorte”.

Os olhos da garota brilham, quando ela fala sobre o seu amor pela vida circense, mas se fosse para apontar um ponto negativo, nessa vida itinerante, Aiesha, diz “Mesmo com o endereço físico em Lobato (PR), nós nunca estamos lá, então é impossível fazer comprar pela internet” brinca.

A fé de que o mundo circense sempre vai existe, motiva a todos que amam o que fazem embaixo de uma lona colorida a continuarem partindo para uma nova cidade. A magia acontece todas as noites, quando os rostos estão pintados e a roupa comum transforma-se na mais bela fantasia.

A próxima parada do Circo Fantástico é Caxias (RS), mas antes disso, eles continuam as apresentações no Lages Garden Shopping até dia 12 de maio. De segunda a sexta a partir das 20h30 e sábado e domingo, às 16h, 18h e 20h30.

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