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Trânsito na Papa João XXIII ainda gera polêmicas

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Segundo usuários, a ciclovia é quase deserta e rouba um espaço que seria dos veículos - Foto: Bega Godóy

Implantada no primeiro semestre de 2016, a ciclovia da Avenida Papa João XXIII, em Lages, ainda rende reclamações de quem usa a via e mora nas imediações. A principal alegação é que foi mal-planejada.

E, por causa disso, segundo os usuários, houve redução de vagas para estacionamento, retenção do fluxo de veículos, principalmente na hora de pico e, em especial, na subida, obrigando os veículos pesados a transitarem em velocidade inferior à permitida na avenida (trechos de 40 km/h a 60km/h).

O motorista João Hildo César mora a uma quadra do semáforo e diz que torce muito para que a promessa de realocamento da ciclovia para a direita de quem segue sentido Petrópolis/Centro, se cumpra.

Para ele, que mora há quase 20 anos na região, a implantação da ciclovia não foi um boa ideia. “A gente quer encostar na avenida e não pode”, queixa-se ao completar que raramente vê ciclista ocupando o espaço.

Outro que reprova a ciclovia é Jarder Melo Belo. Morador do Bairro Petrópolis, ocupa a via ao menos quatro vezes por dia e, ultimamente, evita os horários de pico, segundo ele. “Não quero me irritar”, assegura.

Acidentes

A avenida não é uma das mais perigosas de Lages. Os números anuais, segundo a Polícia Militar, apontam, por exemplo, que os acidentes de 2018 reduziram em relação a 2017, passando de 50 para 34, um percentual de 32%, com quase três acidentes por mês. Em 2016, foram registrados 37.

Números de acidente na Papa João XXIII

  • 2016 – 37
  • 2017 – 50
  • 2018 – 34

Harmonia no trânsito

Para  harmonizar o trânsito e melhorar a relação entre motoristas, pedestres e ciclistas, a Secretaria de Planejamento e Obras está elaborando um projeto e assim que for concluído será licitada a obra.

“A obra é cara, pois prevê a revitalização até a BR-116 e nova pavimentação de parte da avenida”, explica o secretário Clayton Bortoluzzi.  Ele adiantou que não pretende tirar a ciclovia sem dar uma alternativa para os ciclistas, embora reconheça que o espaço é pouco utilizado.

Clayton também alertou sobre os empreendimentos que irão se instalar na avenida futuramente e vai incluir no projeto calçadas compartilhadas que serão construídas pelos investidores na frente de cada empreendimento. Isso porque todas as pessoas, inclusive as que não possuem carro, dependem de algum meio de transporte, seja ele cotidiano ou esporádico.

Os mesmos ciclistas que defendem a construção de uma malha cicloviária na cidade tecem críticas à forma como algumas ciclovias foram criadas, mas com ressalvas: “Mesmo mal-feita, é mais segura para o ciclista do que pedalar na rua, em meio ao trânsito”, disse o ciclista Fábio Maia. Ele avalia que existem erros, mas impedir a implementação é um retrocesso.

Para especialistas, esse é o grande segredo das ciclovias: a maioria das pessoas não vai usá-las para percorrer grandes distâncias, mas para fazer trajetos mais curtos. O detalhe é que uma grande quantidade de deslocamentos dentro de grandes cidades é para distâncias assim.

Últimas mudanças

O alargamento da ponte sobre o rio Carahá para receber veículos vindos da pista da direita da Papa João XXIII, seguindo reto. O estacionamento do lado direito está proibido próximo à loja de materiais de construção, na Rua Castro Alves, desde perto da ponte. A pista da esquerda da Papa, sentido descida, continuará possibilitando seguir reto ou virar à esquerda para a Carahá. Portanto, são duas pistas em direção ao Centro.

Quanto à subida da avenida, estuda-se a proposta de mudança da ciclovia para cima da calçada. O passeio público possui quatro metros. Destes, dois metros serão destinados à ciclovia a ser realocada e os dois metros restantes continuam sendo direcionados aos pedestres.

O espaço onde atualmente é a ciclovia se tornará uma nova pista de rolamento, portanto, duas pistas para subida, facilitando o tráfego paralelo. Essas mudanças foram as primeiras intervenções da atual administração.

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