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SC completa 20 anos sem febre aftosa sem vacinação

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Foto: Susana Küster

Neste ano, completam-se 20 anos que SC não vacina seus bovinos e bubalinos contra a febre aftosa. O Estado é o único do país que tem o rebanho livre da doença sem a vacinação, atestado pelo Ministério da Agricultura e pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), fato que valoriza a carne catarinense para o mercado estrangeiro. O Paraná e outros estados brasileiros pedem o reconhecimento de estarem livres do vírus sem a vacinação, porém o governo ainda não atestou a situação.

O médico veterinário e responsável pela área de pecuária da Cidasc, Bernard Borchardt, explica que esse processo de reconhecimento é lento. “Os países do exterior pedem reconhecimento internacional de um controle sanitário eficiente para comprarem carne.” Como não há vacinação contra o vírus, os animais ficam sem defesa, por isso, o profissional explica que são feitas barreiras de controle no acesso ao Estado.

Há cerca de 60 barreiras que são estrategicamente colocadas na divisa de SC com PR, RS e Argentina. Nos portos e aeroportos, também, há fiscalização feita pelo Ministério da Agricultura. “Tudo para não permitir que algum animal contaminado venha de fora”. Ele explica que além das barreiras, são feitos treinamentos constantes com vários órgãos e outros estados. “Precisamos saber o que fazer se houver contaminação, para isolar o local de forma rápida e resolver o problema”.

Estado é livre de outros vírus

A febre aftosa é uma das mais temidas doenças dos grandes animais, pois a sua existência impede a comercialização de outras espécies, quer na forma viva ou de seus produtos cárneos e industrializados. Os animais infectados apresentam aftas, lesões nos cascos, dificuldade de locomoção e alimentação, e podem morrer. Contudo, não é a única enfermidade a se preocupar.

Santa Catarina é livre de outras doenças que acomete bovinos, bubalinos, suínos e aves e, também, mantém níveis muito baixos de animais contaminados por tuberculose e brucelose, não sendo permitido o uso de vacina para estas enfermidades. A única exceção é, em caso de focos, desde que sob orientação e permissão do Serviço Veterinário Oficial da Cidasc.

Essa é outra razão para que Santa Catarina mantenha o controle de entrada de bovinos e bubalinos, permitindo somente o ingresso de animais com identificação individual, caso contrário poderá correr o risco de permitir a entrada de animais contaminados com estas doenças ou vacinados contra a brucelose, dificultando a eliminação desta doença.  

Dados do Mapa, referente à prevalência de rebanhos positivos para brucelose e tuberculose bovina no Brasil, em 2016, atestam que Santa Catarina possui 0,22% para tuberculose e 0,50% para brucelose, enquanto os demais Estados não possuem prevalência inferior a 1%. Destaca-se que Estados vizinhos possuem prevalência superior a 2%, havendo regiões acima de 30% para tuberculose e 9% para brucelose.

 Fonte: MB Comunicação

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