Essencial
Saneamento Básico, O filme
A expressão “não julgue o livro pela capa” cabe perfeitamente para a produção brasileira Saneamento Básico, O filme. A obra de 2007, do diretor Jorge Furtado, se passa na Linha Cristal, uma pequena vila de colonos na Serra Gaúcha. Com um elenco de peso, que inclui Camila Pitanga, Fernanda Torres, Wagner Moura e Paulo José, conta a história dos moradores da comunidade que pretende tomar uma providência a respeito do tratamento de esgoto.
Gosto tanto desse filme que vi várias vezes, tenho até um DVD, coisa rara hoje em dia em que acompanhamos as produções por streaming, em plataformas como Netflix e Amazon, para citar as que me são mais familiares. Quem ficar interessado pode procurar na Netflix, o filme está disponível.
É em Saneamento Básico que tem uma das cenas mais engraçadas de todos os filmes que já vi, na minha opinião, claro, porque o riso é particular. A cena em que a personagem de Camila Pitanga, Silene, caminha em um estrada de terra e encontra dois trabalhadores, é hilária. Mas há muitos outros momentos divertidos.
A comunidade não consegue verba para a construção de uma fossa que resolva o problema do saneamento básico. A oportunidade de conseguir o dinheiro para a obra aparece com uma verba de cultura, para a produção de um filme. Assim, o casal Marina e Joaquim (Fernanda e Wagner), começa a trabalhar nesse projeto e conta com a ajuda de Fabrício que tem a única câmera de vídeo da comunidade.
Paulo José, seu Otaviano e Tonico Pereira, seu Antônio proporcionam bons momentos de riso e também de reflexão sobre a vida. O filme tem uma simplicidade profunda, que nos faz rir, mas também refletir sobre as pequenas coisas do cotidiano. Também chama a atenção para a ineficiência dos gestores públicos que não conseguem, sequer, construir uma fossa numa pequena localidade do interior, seja pela burocracia ou pela falta de interesse.
O cineasta gaúcho Jorge Furtado já escreveu vários roteiros para séries e programas de televisão, como “Comédia da Vida Privada”, “Agosto” e “A Invenção do Brasil” e tem filmes bem conhecidos, como “ Meu Tio Matou um Cara”, de 2005 e “O Homem que Copiava”, de 2003. Vale observar que nesses dois filmes, e em “Saneamento Básico, O filme”, há a participação do ator Lázaro Ramos. Furtado também escreveu o roteiro, com Guel Arraes e Pedro Cardoso, de “Lisbela e o Prisioneiro”, de 2003.