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Programa, em Lages, combate a obesidade na vida adulta

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Pacientes só participam do programa com acompanhantes - Foto: Susana Küster

Desde criança, Michael Santos, 32 anos, é obeso. Nasceu com 4,8 quilos e quando tinha 13 anos já pesava 89 quilos, o peso que deveria ter hoje, mas possui 156 quilos.

Com dificuldade para encontrar roupas que lhe sirvam, preocupado com a saúde e sem poder se exercitar, devido ao excesso de peso, ele decidiu emagrecer.

Mas para isso, começou a participar de um programa promovido pelo Hospital Tereza Ramos, chamado Centro de Referência em Cirurgia Bariátrica, feito pelo Ministério da Saúde.

Faz um mês que ele participa do programa e conseguiu, neste período, emagrecer 10 quilos. Quando chegou estava com 166 quilos. Sua esposa é uma grande incentivadora e a ideia dele é logo começar a fazer atividade física. “Eu mudei minha alimentação e aos poucos comecei a emagrecer, já mudei onde fecho a cinta”, conta.

A mãe dele é obesa e isso influencia no peso dos filhos. Segundo dados do Ministério da Saúde, 40% dos obesos tem o pai ou mãe com obesidade, e o índice alcança 70%, quando ambos são obesos.

Outra integrante do programa é Vanusa Rodrigues dos Santos Bauer, 37 anos. Aflita por não conseguir participar de algumas brincadeiras com a filha, ela decidiu emagrecer, já que hoje pesa 127 quilos.

Em um mês, perdeu 3,7 quilos. O objetivo dela é perder 18 quilos para conseguir fazer a cirurgia bariátrica. E, depois emagrecer mais para ficar com cerca de 70 quilos, ou menos.

Ela também é obesa desde a infância. Segundo o que recorda, devido à má alimentação e falta de exercício. Sua mãe também tinha obesidade e uma irmã fez cirurgia bariátrica e conseguiu manter o peso.

Entidade atende 150 municípios

O programa existe desde 2005 e para participar é preciso recomendação médica. Outra exigência é sempre estar acompanhado de um familiar que conviva com o paciente.

O objetivo é que alguém incentive e cuide para que a pessoa não fuja de uma alimentação balanceada. Com esse trabalho, o hospital atende pessoas de seis regiões catarinenses, englobando 150 municípios.

Desde 2005, o programa recebeu 2,274 pessoas, sendo que 198 desistiram e 280 abandonaram. A diferença entre os dois tipos de pacientes é que o primeiro número se refere a aqueles que conseguiram emagrecer sem cirurgia ou que não querem fazer, por medo dos riscos.

E os 280, são os que simplesmente decidiram que não vão emagrecer e não dão um retorno para o hospital sobre sua decisão.

Os pacientes que conseguem emagrecer para fazerem cirurgia bariátrica, ganham quatro cirurgias plásticas. O total de peso que deve ser perdido varia de acordo com o Índice de Massa Corpórea (IMC).

“São quatro regiões: braço, abdômen, perna e mama. Porém, infelizmente, depois de dois anos de acompanhamento do peso, cerca de 70% engordam novamente e não podem fazer cirurgia plástica”, afirma a diretora do hospital, Beatriz Montemezzo. Ela frisa a importância do programa que possui uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo, fisioterapeuta, médico, nutricionista, entre outros profissionais.