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Produtores comemoram preço do feijão, vendido a até R$ 10 o quilo

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Foto: Andressa Ramos

Ele está na mesa dos brasileiros praticamente todos os dias da semana. É um dos itens da Cesta Básica e deve ser um dos grãos mais vendidos nos supermercados. Mas o feijão, seja a granel ou no pacote fechado está surpreendendo pelo preço. Em Lages, varia de R$5,00 a R$10,00 entre o vermelho, preto e o carioca. O feijão carioca é o mais caro.

Com esse cenário, em São José do Cerrito, maior produtor de feijão da Serra Catarinense, o produtor está animado. Apesar de um plantio tardio, devido ao baixo preço do ano passado, os agricultores estão na expectativa devido a elevação do preço da saca que gira em torno de R$ 250,00.

O clima, segundo o engenheiro agrônomo da Epagri, Ivo Eduardo Pacheco de Andrade, favoreceu a plantação do grão. O município é forte em feijão carioca, são mais de 2 mil hectares da variedade. No ano passado foram colhidas, segundo o IBGE quase seis mil toneladas do grão.

No Brasil, o impacto foi maior no feijão de tipo carioca que acumulou 36% de alta em 2019, seguido pelo mulatinho, que ficou 30% mais caro, segundo os dados do IPC com a prévia dos dados de fevereiro. Já o feijão preto foi o menos afetado, subindo 7% no período.

”O preço do feijão caiu muito nos últimos dois anos, o que levou os produtores a reduzirem em 10% a área plantada para produzirem outros grãos mais rentáveis, como milho e soja. E para piorar, houve uma estiagem nos principais estados produtores no fim do ano passado, bem no momento em que os grãos estavam se desenvolvendo. Como resultado, a oferta de feijão caiu 20%, e os preços subiram em todo o país”, afirma Felipe Novaes, da consultoria Tendências.

Em média, o quilo do alimento ficou cerca de 20% mais caro nas prateleiras em relação ao fim do ano passado, segundo os dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getúlio Vargas. O motivo do aumento foi a diminuição da área plantada para a safra de início de ano e uma estiagem entre o fim do ano passado e janeiro que comprometeu o desenvolvimento do grão.

Na Serra Catarinense, segundo o diretor comercial da Cooperplan, Luiz Carlos Uncini, a venda do feijão está fluindo, isso porque, com a seca no Paraná, Santa Catarina conseguiu se sobressair já que o clima favoreceu. Agora, os produtores aguardam a nova safra. A colheita deve começar em algumas semanas.

Mas os preços que estão chegando ao consumidor ainda não representam a situação do mercado de feijão. Segundo os dados da FGV, houve um aumento de 75% no preço de venda do produtor, mas os supermercados estão segurando a alta. Ou seja, o custo para o consumidor final deve se elevar ainda mais.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são 3.450 produtores de feijão na região da Serra, em 2017 a movimentação econômica ficou em torno de R$ 20,2 milhões. Na safra, 8.553 toneladas de feijão foram colhidos.

Safra de abril deve normalizar preços

A expectativa é que os preços voltem a normalidade quando vier a segunda safra do grão, que acontece entre abril e maio, e aumente a oferta e equilibre o mercado novamente. Essa situação não favorece o produtor serrano que em função do clima consegue colher apenas uma safra. O feijão vendido a partir de maio é importado de estados com temperaturas mais quentes.

Mas enquanto maio não chega o consumidor que não quiser arcar com os custos deve pensar em opções similares. Em entrevista à Agência Brasil, o professor da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), Argemiro Brum, analisa o mercado dos principais produtos agrícolas.

Os valores do feijão estão bem elevados em relação ao valor de anos atrás, com disparada do preço tanto do tipo carioca quanto para o feijão preto. O preço do feijão preto ficou em torno de R$ 250 a R$ 260 no Paraná para o saco de 60kg. Já o feijão carioca ficou entre R$ 350 e R$ 400, mesmos valores da semana passada.

Segundo o especialista, “em muitas regiões do país o feijão já teria ultrapassado os R$ 10 o quilo ao consumidor final”, afirma.

Safra catarinense de milho chega a 2,8 milhões de toneladas

Escrito por JV Ascom

Maior importador de milho do Brasil, Santa Catarina amplia a safra de milho em 11,4% e deve colher 2,8 milhões de toneladas do grão. O aumento da produção é resultado da expansão da área plantada e de uma das maiores produtividades do país. Com uma cadeia produtiva de carnes fortalecida, o estado produz apenas metade do milho necessário para abastecer sua demanda de aproximadamente 7 milhões de toneladas/ano.

“Santa Catarina tem grande expressão na produção de carnes. Somos o maior produtor de suínos e o segundo maior produtor de aves do Brasil e o milho é o grande insumo para manter essa produção. O abastecimento de milho é uma questão estratégica para Santa Catarina, principalmente para dar mais competitividade para cadeia de proteína animal”, ressalta o secretário da Agricultura e da Pesca, Ricardo de Gouvêa.

A boa notícia para o agronegócio catarinense é que regiões importantes para a produção de milho aumentaram substancialmente a área plantada do grão. A região de Curitibanos, que inclui Campos Novos, terá uma safra 57% maior este ano, com uma expansão de 40% na área plantada. O mesmo acontece em Xanxerê, a região terá uma colheita 23,7% maior este ano. Santa Catarina terá 331,7 mil hectares plantados, um aumento de 8,4% em relação à última safra.

Segundo o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), o ganho de área se dá em função dos preços fortalecidos do cereal durante 2018. Por outro lado, a área plantada de soja, principal concorrente do milho nas lavouras catarinenses, irá diminuir 3,3%.

Foto: Cidasc/ Divulgação

Demanda

Santa Catarina consome em média sete milhões toneladas de milho por ano – deste total, cerca de 97% destina-se ao consumo animal, principalmente para produção de suínos e frangos de corte (83,8%). Este déficit de milho no estado é coberto pelas importações interestaduais, com origem principalmente do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Goiás, além das importações de países como Argentina e Paraguai.

Mais Milho

Os principais desafios para o abastecimento de grãos em Santa Catarina foram tema do Projeto Mais Milho, evento que reuniu lideranças do agronegócio e especialistas do setor em Campos Novos na terça-feira (26). O Fórum aconteceu durante o Campo Demonstrativo Copercampos.

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