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Prefeitura tenta acolher imigrante que vive sob ponte

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Homem não se comunicou e também não aceitou a oferta de alimentos e abrigo - Foto: Daniele Mendes de Melo/ PML/ Divulgação

Magro, pele negra, aparenta ter entre 30 e 35 anos, estatura mediana, cabelos na altura dos ombros, veste jaqueta, calça jeans e chinelos. Essa é a descrição do homem que vive embaixo da ponte sobre o Rio Ponte Grande, na Avenida Presidente Vargas em Lages.

A Secretaria de Assistência Social esteve no local para oferecer ajuda. Mas apesar de contar com o auxílio de um intérprete, nenhuma informação foi obtida, já que o homem não se expressa. Apenas disse repetidamente em português imperfeito: “É isso mesmo?”.

A prefeitura foi informada sobre a situação na quarta-feira (24) quando recebeu denúncia de vizinhos que residem próximo da ponte. Realizou o primeiro contato no mesmo dia e ontem voltou ao local, ofereceu alimentos e abrigo, mas novamente não obteve sucesso.

O homem tem dificuldades em se expressar e passa o tempo todo sentado sob a escuridão da estrutura de concreto. Aparentemente ele não possui comida, está sem banho e exposto a contato com animais peçonhentos ou ser contaminado por doenças.

Os contatos foram realizados pela assistente social da Abordagem Social da Secretaria, Danielle Hoffman, e pela estagiária do curso de graduação em Serviço Social, Marjorie Wolff. A suspeita é que ele fosse haitiano. Assim elas convidaram Dieulius Derilus, que é do Haiti para colaborar na comunicação.

Pelo mínimo de interação, Dieulius desconfia que o rapaz seja de Senegal, na África, justamente por sua pronúncia. Ele reparou que o imigrante não fala em créole (crioulo haitiano), francês, espanhol ou inglês, idiomas praticados no Haiti.

Entretanto, o diálogo foi sem sucesso, pois o homem não esboça nenhum tipo de comunicação que não seja sair do espaço coberto abaixo da ponte e ir até os profissionais e dizer repetidamente em português quase nítido: “É isso mesmo?”, numa forma de dispensar a equipe e manifestar desinteresse por ajuda.

“Nós viemos verificar a situação. Um dos vizinhos veio até aqui conosco ontem (quarta) e ajudou a chamar ele. A única fala era _ Três reais! cinco reais! sete reais! – , aí não conseguimos acesso”, pontua a assistente social, Danielle Hoffman.

Sem abertura não é possível saber nada sobre o homem, nem nome, origem, documentos, família, condições de saúde, como viajou até a Serra, por onde passou, causas de sua estadia em Lages. “Existe possibilidade dele querer recomeçar sua vida aqui no município de Lages, mas tudo isto tem de partir da vontade espontânea dele, nada é feito com imposição”, esclarece Danielle.

Alternativa

A partir da recusa ao atendimento, a Secretaria da Assistência Social e Habitação procederá uma alternativa no caso da confirmação da nacionalidade senegalesa. Existe uma comunidade do Senegal em Vacaria (RS), que soube do caso através da imprensa.

A ideia é convidar um representante para se deslocar a Lages e fazer a constatação. E assim a situação estará mais clara e outros próximos passos poderão ser dados. Além destes entraves, suspeita-se de transtorno mental, justamente pela ausência e/ou limitação de fala e vocabulário, palavras esboçadas em repetição. Vizinhos dizem que ele está ali há aproximadamente dois meses.

Fonte: Prefeitura de Lages

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