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“Prefeitura não tem condições de dar aumento de 12,84% para os professores”, diz Ceron

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Prefeito Antonio Ceron concede entrevista à imprensa para falar sobre as reivindicações dos professores - Foto: Adecir Morais

O prefeito de Lages, Antonio Ceron, disse ontem, durante coletiva, que a prefeitura não tem condições de dar aumento de 12,84% no salário dos professores da rede municipal. Este percentual é uma reivindicação da categoria e foi feito com base no reajuste do piso salarial nacional, previsto na Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O município ofereceu 6% de aumento.

Ceron disse que a situação econômica do município “não possibilita” a concessão do reajuste de 12,84%. Em contrapartida, o município ofereceu 6% de aumento, um reajuste que será estendido a todos os servidores públicos do município, mas os professores rejeitaram a proposta em assembleia na última sexta-feira (6).

Na tarde de ontem, representantes do Sindicato dos Profissionais de Educação do município (Simploel) deram uma coletiva para falar sobre as negociações da categoria com o município. A entidade reafirmou “a luta pelos 12,84% indicados pelo índice nacional a todos os professores brasileiros”. A presidente do sindicato, Elaine Moraes, disse que a categoria está preparada para lutar em defesa da carreira dos servidores da educação.

Segundo ela, a categoria decidiu que na próxima quinta-feira (12) não haverá aula, e sim protesto na rua. O ato será na Praça João Costa, no Centro da cidade. A decisão foi levada ao conhecimento do prefeito. Ceron pediu bom senso para que a paralisação não aconteça. “Conquistamos a nossa carreira na rua, e vamos defendê-la na rua, lutando”, disse a presidente.

Durante a coletiva, Elaine disse que o reajuste de 12,84%, que ela chamou de atualização dos valores do piso nacional, acontece anualmente e está previsto em lei. Observou que o magistério municipal tem um plano de carreira e que os professores não podem ser penalizados por outras categorias não terem o mesmo direito.

Ela apresentou números sobre os vencimentos dos professores. De acordo com ela, o salário do profissional de início de carreira do município é de R$ 2.284 (classe 1), um valor abaixo de piso nacional, para lecionar 40 horas – o valor para completar o piso é pago como diferença. Deste modo, o sindicato entende que os servidores são prejudicados e defende que essa diferença seja paga como vencimentos.

Já o professor com mestrado (classe 4) precisa trabalhar e estudar durante 10 anos para alcançar o salário de R$ 6.813,00 (40 horas). “Estamos abrindo esses números porque não temos nada a esconder de ninguém”, disse Elaine.

 

Elaine,  do Simproel, disse que a atualização de 12,84% é direito legal dos professores   Foto: Adecir Morais

Entenda a situação

O piso salarial nacional dos professores foi anunciado no início deste ano pelo Governo Federal. Ele subiu 12,84%, passando de R$ 2.557,74 para R$ 2.886,24. Segundo o prefeito, esse aumento já foi aplicado automaticamente, beneficiando os professores contratados em regime temporário. Os professores de carreira do município, porém – alguns ganham mais que o piso, querem que esse percentual seja aplicado aos vencimentos deles também, um reajuste que o município não teria condições de dar.

“A gente respeita a reivindicação dos professores, mas não temos a mínima condição de aplicar os 12,84% de aumento. Fizemos um levantamento que mostra que 87% do orçamento da educação são aplicados em salário e temos outros compromissos, mas estamos extrapolando os limites [de gastos]”, pontuou Ceron.

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