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Andreia Berto é a convidada do CL Entrevista desta semana

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Foto: Jordana Boscato

Andreia Berto, diretora administrativa do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, conversou com a jornalista Suzane Faita sobre questões da Saúde na Serra Catarinense e sobre sua nova missão, que é administrar um dos mais importantes hospitais da região.

 

Correio Lageano_ A senhora ficou um ano como diretora no Hospital Tereza Ramos. Agora retorna à administração de um hospital filantrópico. Como foi seu tempo no hospital público, e a mudança para o atual cargo?

 

Andreia Berto_ Estar em um hospital público foi uma experiência bem interessante. Primeiro porque eu já vinha de uma experiência com organizações filantrópicas, sociais, e privadas. Então o conhecimento de como é o outro lado, trabalhar numa organização pública, fez com que houvesse entendimento de algumas particularidades. Diferente de quando se está em outro tipo de administração. Muitas vezes existem dúvidas, não se sabe como o processo acontece, a morosidade e burocracia. Aprendi muito, vi novas formas de gestão. Ao mesmo tempo, comprovei algumas premissas que já existiam. Provavelmente eu saberei lidar mais com os caminhos do que eu sabia, antes de ter essa experiência. Voltar para a organização filantrópica, muda muito a perspectiva. Agora estou voltando para casa, já tinha uma estrada de 20 anos trabalhando nesse segmento. Estar de volta tem me dado um gás novo, principalmente pela facilidade com que se tramita dentro da organização. A diferenciação de estar no público, onde eu precisei aprender muita coisa, agora no filantrópico facilita muito. Me sinto muito mais em casa agora, do que estava há um ano atrás. Claro que foi um ano de muito aprendizado.

 

Quais foram as mudanças na administração do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres com a saída das Irmãs da Divina Providência?   

Hoje nós temos um grupo de 41 médicos que se organizou em um conselho. Antigamente, tínhamos as irmãs no conselho. Hoje temos um grupo de formados, do qual cinco médicos fazem parte. Abaixo desse conselho vem a diretoria do hospital, no caso eu e mais alguns gerentes. Mudou um pouco, porque antes tínhamos o diretor operacional, que fazia o vínculo entre as irmãs e o superintendente, que era o cargo anterior. Agora estamos tentando dar um foco muito mais organizacional, que alinhe com as tendências organizacionais do mercado. Estamos cortando linhas hierárquicas e construindo um novo organograma organizacional. No sentido de tornar a organização muito mais vinculada a processos do que a pessoas.  

 

O hospital é uma referência em atendimentos, como o trauma. É a principal demanda da instituição?

Os traumas são uma grande parte daquilo que atendemos. Mas somos referência numa série de outras particularidades. Como a cardiologia, vascular e neurologia. Até porque, neurologia e a própria cirurgia vascular não deixam de ser traumas. Mas não é nosso maior percentual de pacientes atendidos. Porém, no Pronto Socorro, talvez a unidade onde temos a maior demanda, os traumas ainda fazem parte de um grande quantitativo de pessoas que nós atendemos. Por outro lado, temos a unidade de AVC que é diferenciada, com qualidade de serviço muito rápida. Só existem duas em Santa Catarina. Antigamente o paciente com AVC tinha muitos problemas após o acidente vascular. Hoje, com o atendimento que nós fazemos no hospital, com toda a demanda de atividades realizadas, conhecimento empreendido que já se galgou nesse período que ali estão aqueles profissionais, com protocolos e rotinas implicadas, conseguimos dar uma qualidade de vida muito maior para esses pacientes. Eles retornam para a sociedade bons ou da melhor forma possível. A qualidade desses serviços são bem diferenciados. Fazemos cirurgias cardíacas, que é um diferencial. Dentro de Santa Catarina, são pouquíssimos os hospitais que fazem. Conseguimos ir para uma região muito grande ofertar esse serviço. Fora isso, temos todas as cirurgias gerais que realizamos no hospital. Temos um foco sim, voltado ao trauma, mas temos todas essas outras especialidades, que dão suporte em diversos segmentos do próprio ser humano. O hospital, hoje, consegue desenvolver e dar à população uma grande gama de serviços, além de emergências. Inclusive, estamos com a perspectiva de aumentar o número de serviços à população como exames e outros tipos de cirurgias.       

 

A população fica um pouco receosa quando há mudança. Mas o hospital que é filantrópico vai continuar e continua atendendo via SUS, não é? 

Sim. Continuamos atendendo as mesmas especialidades, da mesma forma. Na verdade, o que nós queremos é dar mais qualidade para essa população, que já atendemos. Melhorar a segurança do paciente, buscando fazer melhor através de processos mais seguros, de uma gestão mais alinhada com que há de mais moderno. Vamos buscar manter tudo que nós tínhamos e fazer isso de uma forma ainda melhor. Temos uma equipe de médicos, que conhecem muito bem toda a situação na região e conhecem os pacientes. Lages vai manter a sua essência dentro do hospital. Buscamos fazer com que, todo conhecimento venha efetivamente para nossa prática.    

 

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