Geral
Observatório de Gênero é lançado na Uniplac
Acadêmicos, professores e servidores da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) passarão a ter um espaço acolhedor para realizar denúncias de assédios sexuais e morais dentro da universidade.
A partir de segunda-feira, o Grupo de Pesquisa em Gênero, Educação e Cidadania na América Latina (Gecal) abre o Observatório de Violências de Gênero.
O local será um espaço onde as pessoas da comunidade acadêmica poderão buscar ajuda ao enfrentar assédios dentro do espaço universitário. Lá, as bolsistas do grupo encaminharão os relatos para a ouvidoria da universidade e para outros órgãos responsáveis por resolver as situações vivenciadas.
A ideia do órgão surgiu considerando diversos relatos de violências de gênero, racismo, machismo e sexismo, homo-lesbo-transfobia. Pretende contribuir na redução de situações de preconceito, discriminação e violências de gênero no âmbito da Uniplac, minimizando seu impacto no cotidiano da comunidade universitária.
Portanto, o enfrentamento das violências é condição necessária para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.
Pesquisa
A pesquisa “Violência Contra a Mulher no Ambiente Universitário”, realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Data Popular, mostra que 42% das estudantes entrevistadas, já sentiram medo de sofrer algum tipo de violência no âmbito acadêmico; 36% já deixaram de realizar atividades por receio de sofrer assédios. Além disso, 20% das alunas consultadas ouviram comentários indesejados de natureza sexual de professores.
De acordo com a coordenadora do Gecal, Mareli Graupe, o observatório é muito importante, pois é um local de acolhimento, onde as pessoas poderão relatar as violências. “As violências hoje estão naturalizadas e a universidade é um local onde elas, também, ocorrem”, acrescenta.
No Observatório, que atenderá os interessados no último andar do Centro de Ciências Jurídicas da Uniplac, as bolsistas preencherão um formulário com as informações repassadas pelas vítimas, que podem permanecer anônimas. Os dados serão encaminhados para a ouvidoria da universidade e nos casos mais graves, as pessoas serão aconselhadas a procurar órgãos externos.
A intenção, segundo Mareli, é que o Observatório possa se expandir para a comunidade em geral. Neste primeiro momento, ele estará atendendo só pessoas da comunidade acadêmica e servirá como um teste para iniciar o contato externo.