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“Não sei explicar o que me deu”, diz suspeito

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Homem confessou o crime depois de ser preso - Foto: Correio Lageano

Uma mulher feliz, simpática, de bochechas rosadas, que gostava de dançar em bailes e de conversar. Dessa forma, Rosimere do Rosário Pereira, 52 anos, conhecida como Rosa, será lembrada pelos seus amigos e familiares.

Ela foi morta com golpes de um pedaço de ferro, pelo marido, José Giovani Rodrigues, 42 anos, que confessou o crime, executado na frente da neta dela de quatro anos, nesta segunda-feira (18).

Em sua audiência de custódia, ele disse que “não sabe explicar o que houve com ele” para cometer o crime. A prisão em flagrante foi convertida para preventiva pelo juiz Geraldo Correa Bastos.

O homem somente confessou o feminicídio, depois da polícia prendê-lo durante o velório de Rosa. Antes disso, agiu como se não fosse o culpado, avisou os familiares sobre a morte dela e participou do velório. A neta que viu tudo acontecer está traumatizada, segundo uma das filhas da vítima, Aline Juliano do Rosário, não dormiu direito na noite posterior ao crime e chorava muito. 

Aline conta que fazia uns seis anos que o casal se conhecia, neste período, chegaram a se separar. “Ele ligava e dizia que estava acompanhando a rotina dos netos e de um dos meus irmãos.” Quando moravam na cidade, ela trabalhava de diarista, mas Aline diz que ele queria muito que fossem morar no interior de Lages.

Ela diz que a mãe era muita vaidosa, adorava comprar roupas em brechós e passear. Por isso, a família achou estranho quando ela quis morar com a neta de quatro anos. “Ela amava os netos e a família, mas morar com um é uma responsabilidade diária. Acho que ela queria evitar que ele fizesse algo”. 

O crime

Além do homem ter confessado, a Polícia Civil tem provas de que ele cometeu o feminicídio. Há também, o depoimento da neta, que explicou com detalhes como tudo aconteceu para a polícia e a família.

O primeiro golpe contra Rosa, foi na cabeça, enquanto ela dormia e pelos indícios encontrados na casa, ela tentou se defender. Depois de vários golpes da cabeça, ela caiu no chão da sala, onde formou uma poça de sangue.

Aline diz que o Instituto Geral de Perícias (IGP), encontrou marcas de sangue no banheiro, como pegadas, que foram limpas. Depois de cometer o crime, a filha da vítima diz que o padrasto foi trabalhar e voltou para a casa, trocou a roupa da neta, porque havia feito xixi nas calças.

Ele tirou a televisão da casa, para fingir que havia acontecido um latrocínio, e escondeu junto com as roupas sujas de sangue em um galpão. “Aí ele voltou para o trabalho e ligou para nós avisando que a mãe estava desacordada. Ela (Rosimere) dizia que ele ficava a semana inteira sem conversar, e até três dias sem tomar banho.”

A vítima nunca contou para a família que apanhava do marido, mas segundo sua filha, a mãe tinha medo do companheiro, pois considerava ele louco. “Ultimamente, ela chorava ao falar conosco por telefone, estava muito triste. Dizia que ele passava o dia todo fora de casa e era muito quieto.” O velório ocorreu nesta terça-feira (19), em Lages, na capela São Benedito e o enterro foi em São José do Cerrito.

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