Mais de 15 mil pessoas aguardam por exames em Lages

Foi em uma consulta de rotina, quando relatou que já teve problemas de gastrite, que Patrícia Campos soube que precisava fazer novos exames, um deles era uma endoscopia. No mesmo dia, 26 de setembro de 2017, a paciente fez a requisição de exame e entrou na fila para aguardar.

Passado mais de um ano, Patrícia continua com os sintomas e aguardando pelo exame. A moradora do Bairro Guarujá, em Lages, está entre as mais de duas mil pessoas que esperam por um agendamento para a endoscopia.

Sua mãe, aos 58 anos, que depende de um aparelho de oxigênio para respirar, aguarda um Ecocardiograma Transesofágico desde junho do ano passado. Em setembro, 19 pessoas estavam na fila do mesmo exame.

A fila de espera para o exame de eletroneuromiografia, exame neurofisiológico utilizado no diagnóstico e prognóstico de lesões no sistema nervoso periférico, teve o número aumentado de 467 para 504 em setembro. Isso porque, nenhum exame foi autorizado no período.

Se há pacientes que aguardam na fila, alguns exames aumentam o número de pessoas esperando e outros permanecem estabilizados. A Secretaria de Saúde também conseguiu a redução em alguns exames, a exemplo do ultrassom de abdômen total, pelo qual 561 pessoas aguardavam e, em setembro, todas foram atendidas.

O diretor de Gestão da Informação da Secretaria de Saúde, Claiton Camargo de Souza, explica que ao assumir a função, foi observado que existia fila para todos os setores da secretaria, assim, os profissionais estudaram ponto a ponto formas de reduzir o tempo de espera dos moradores de Lages para esses serviços. “A gente tem trabalhado com recurso de emendas parlamentares e próprios. Em alguns casos, a demanda é muito maior do que nosso teto orçamentário.”

De acordo com informações da Secretaria da Saúde, são autorizados, mensalmente, mais de 1.700 exames de imagem e diagnóstico; gastos R$ 400 mil reais em exames laboratoriais; R$ 180 mil reais em sessões de fisioterapia; feitas mais de 10 mil consultas especializadas; 700 pedidos de cirurgias e outros procedimentos.

Um sistema que facilitou o encaminhamento de exames e consultas é o SISREG. Compreendendo a regulação de profissionais médicos e ofertando para os setores e população consultas e procedimentos de média e alta complexidade, o trabalho da regulação com este modelo já resultou em especialidades que não apresentam demora de atendimento mais do que 30 dias, cenário diferente em planos privados de saúde.

São elas

• Angiologia
• Cirurgia-geral
• Gastroenterologia
• Ginecologia
• Ginecologia baixo risco
• Ginecologia alto risco
• Geriatria
• Mastologia
• Nefrologia
• Ortopedia
• Pediatria
• Consulta em Pequena Cirurgia

Cardiologia

Com o serviço de cardiologia implantado em Lages, foi zerada a fila para cateterismo, e pacientes que precisam do encaminhamento para este e outros procedimentos eletivos, assim como cirurgias cardiológicas no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, a espera é menor que um mês.

O serviço de oncologia da Unacon, regulado também pelo município, conseguiu, em 2018, reduzir a fila de espera em 90% das especialidades para inserção no serviço, no qual na maioria dos casos, os pacientes são atendidos em menos de 30 dias.

A regulação, através dos mutirões realizados, também conseguiu, praticamente, zerar a fila para cirurgias de catarata e procedimentos oftalmológicos de tratamento do Pterígio. 

Está previsto, ainda em 2018, um mutirão de sete mil consultas de oftalmologia, com recursos de emenda parlamentar da deputada Carmen Zanotto (PPS), visando a zerar a fila da Serra Catarinense e gerar demanda para um novo mutirão de cirurgias oftalmológicas em 2019. Ainda com recursos de emenda, estão previstos o mutirão de cirurgias de ombro e exames de ultrassonografia e ecodoppler, com custo total de R$ 1.400.000.