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Lideranças apresentam solicitações de melhorias para a BR-282

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Foto: Susana Küster

Inclusão de terceiras faixas em pontos específicos, conclusão das passarelas e mudança do limite de velocidade na BR-282, no trecho que compreende a Serra Catarinense, são as reivindicações apresentadas por lideranças locais para órgãos governamentais e representantes políticos, em uma reunião que aconteceu na manhã de segunda-feira (19), na Associação Empresarial de Lages (Acil).

O foco do encontro, de acordo com o vice-presidente do Núcleo de Aeroportos e Infraestrutura da Acil, Anderson de Souza, é alinhar as demandas para apresentá-las aos órgãos responsáveis. Participaram do encontro os prefeitos de Bom Retiro, Bocaina do Sul, Lages, São José do Cerrito e Vargem, a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania), lideranças empresariais da região e representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

“Temos uma dificuldade muito grande em conseguir a duplicação da BR-282 entre a Grande Florianópolis e a BR-470, é algo que não acontecerá em curto prazo. Por isso, a nossa tática é conseguir melhorias para a rodovia,” comenta Anderson.

Na ocasião, a deputada Carmen Zanotto afirmou que atuará junto aos outros deputados federais para garantir a manutenção dos recursos previstos no orçamento anual da União de 2019, para que sejam aplicados na rodovia. Isso porque, na semana passada, a Câmara dos Deputados recebeu um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN 13) que prevê o remanejamento de R$ 65 milhões, que seriam destinados, inicialmente, para rodovias, Institutos Federais e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O PNL prevê que este valor seja realocado para outras áreas, como a saúde. Deste total, R$ 19 milhões seriam retirados apenas da BR-282. “Também queremos garantir a inclusão no orçamento do ano que vem, de mais recursos para esse trecho da BR-282,” garante Carmen, ressaltando que levou o tema a conhecimento do presidente Jair Bolsonaro, na semana passada, durante um encontro com os deputados.

Terceira pista e passarelas

A conclusão de três das cinco passarelas licitadas a serem construídas no perímetro urbano de Lages também foi uma das reivindicações apresentadas durante a reunião. Além disso, os prefeitos presentes pediram a construção de passarelas nos perímetros urbanos de Bom Retiro, Bocaina do Sul, São José do Cerrito e Vargem. Lages solicitou a inclusão de mais uma, além das cinco licitadas, a ser implementada no Bairro Santa Mônica.

Segundo Anderson de Souza, há algumas semanas, durante uma reunião em Florianópolis com lideranças e políticos, o grupo de empresários tomou ciência de um projeto para implementação de terceiras pistas em 71 quilômetros ao longo da rodovia, que corta o Estado de leste a oeste. Deste total, 14 quilômetros compreendidos entre Alfredo Wagner e a Capital Catarinense são considerados de prioridade máxima para implementação. “O objetivo da reunião foi conseguir com que esses investimentos de terceira faixa e melhorias como a conclusão das passarelas, também sejam feitos aqui na Serra”, afirma.

Ele ressalta que na parte de Lages da rodovia foram apontados como prioritários cerca de seis quilômetros, que compreendem dois trechos: o morro da Localidade de Índios; e o percurso entre o cemitério Parque da Saudade e o cruzamento com a BR-116. Além disso, também foi solicitada a complementação da marginal da BR-282 em Lages, no trecho entre o trevo do Aeroporto Federal Antônio Correia Pinto de Macedo e o acesso para São Joaquim, SC-114.

O superintendente do Dnit em Santa Catarina, Ronaldo Carioni Barbosa explica que a implementação de terceira pista ao longo da BR-282 foi dividida em prioridade 1 e prioridade 2 e que, até a reunião de ontem, nenhum trecho da Serra Catarinense tinha prioridade máxima.

“Vamos inserir [Lages] na prioridade 1 e dar prioridade 2 ao restante das terceiras faixas na região, de Campos Novos até Bom Retiro”, afirma. Sobre as passarelas já licitadas, Ronaldo garante que está tentando agilizar os trâmites em Brasília.

Limite de velocidade

Durante a reunião na Acil, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Lages apresentou estudo sobre o comportamento dos motoristas no que tange à velocidade praticada na rodovia. Nos dias 13 e 14 de agosto, radares móveis foram espalhados por nove pontos entre os quilômetros 117 e 212, com o intuito de analisar a velocidade praticada pelos motoristas. Foram analisados 100 veículos de passeio e todos os veículos de carga que passaram pelos locais.

Vale ressaltar que, como o intuito era conhecer o comportamento dos motoristas, os radares não aplicaram multas, tampouco foi usado veículo identificado da PRF, para evitar que os motoristas reduzissem a velocidade. “Os radares ficavam próximos às placas indicativas de 80km/h, o que significa que os motoristas analisados sabiam a velocidade máxima permitida”, comenta o chefe da delegacia da PRF em Lages, João Paulo Haas.

A conclusão do levantamento é de que a média de velocidade praticada pelos motoristas de veículos de passeio neste trecho gira entre 110km/h e 120km/h, já os veículos de carga trafegam em uma velocidade que varia entre 80km/h e 89km/h.

“A gente chegou à conclusão de que a placa de 80km/h não condiz com o que o usuário está transitando na rodovia. É por isso que solicitamos ao Dnit uma readequação na velocidade regulamentada na BR-282, para que seja aumentada”, diz Haas. Nos próximos dias, um documento com o estudo deve ser encaminhado ao Dnit, solicitando que, nos locais onde é possível, a velocidade máxima seja de 100km/h.

O superintendente do Dnit em Santa Catarina, Ronaldo Carioni Barbosa, explica que, para definir os limites de velocidade das rodovias, o órgão segue parâmetros e normas de engenharia, tais como largura do acostamento e da faixa de rodagem.

“O Dnit não pode infringir as normas e aprovar algo fora do padrão exigido. Vamos analisar os segmentos onde é possível aumentar a velocidade de 80km/h para 100km/h, mas o caminho é a bancada federal, que já sinalizou [por meio da deputada Carmen] que vai levar o assunto para Brasília.”

A deputada Carmen Zanotto (Cidadania) afirma que o tema será levado para debate na Câmara dos Deputados, com a finalidade de analisar a legislação e definir se há a possibilidade de alterar a velocidade máxima permitida.

 

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