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Olaria centenária preserva a tradição de fazer tijolo de barro

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Foto: Susana Küster

Há mais de 100 anos, um alemão se mudou para Lages e fundou a Olaria Nene, que fica no interior do Bairro Tributo. Os tijolos do Convento Franciscano foram fabricados no local, que até hoje está na ativa, graças a Altair Onorato Bittencourt, de 77 anos, que decidiu comprar a propriedade e empresa. Ele já trabalhava na olaria desde cedo e com o falecimento dos donos, percebeu que deveria tocar o negócio.

A produção, hoje, é de cerca de 30 mil tijolos por mês, feita toda de forma manual. O barro é tirado de pá e colocado em uma carretinha, que leva o material até um barracão. Depois de passar por uma máquina, o barro sai em formato de coluna e manualmente é cortado no formato do tijolo. Com um carrinho se tira os blocos, que são colocados em estantes de madeira para secar. Depois, é queimado na fornalha.

São feitos tijolos maciços de barro em vários formatos, furado (sob encomenda) e de outros tipos. Segundo Bittencourt, o tijolo de barro possui mais durabilidade do que outros materiais, além de, na opinião dele, ser mais bonito. Hoje, se usa muito os tijolos de barro para embelezamento de ambientes e também na construção de churrasqueiras, lareiras, fornalhas, fogões, calçadas, chaminé, entre outros.

Ao lembrar do passado, Bittencourt fica chateado, pois antes havia cerca de 20 olarias na cidade. Agora, conta que há só ele. Antigamente, conseguia empregar funcionários na olaria; atualmente, só o filho, a nora e um vizinho trabalham. Um dos fatores que fizeram isso acontecer, segundo ele, é a fiscalização intensa de órgãos ambientais. “Fazemos o tijolo do barro do açude, que fica na propriedade; mesmo assim, dizem que tudo que tira da terra é do governo. Você não faz ideia da quantidade de imposto que temos de pagar”.

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