Geral
Lages é modelo em reciclagem
Apesar da grande produção de lixo eletrônico em Santa Catarina, no estado há apenas três empresas com certificação da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) para prestar este tipo de trabalho. Além de Joinville e Itajaí, Lages também oferece o serviço, por meio da Eco Centrosul – Gerenciamento de Resíduos Tecnológicos.
Depois de atender por oito anos na Rua Humberto de Campos, no Bairro Sagrado Coração de Jesus, a empresa lageana está há três meses instalada na Rua Eleodoro Muniz, na Área Industrial. A mudança foi necessária por causa do grande volume de resíduos coletados que facilmente chega a quatro toneladas por mês. A empresa também atende municípios vizinhos e até do Alto Vale do Itajaí. “Recomendamos que as pessoas reúnam os produtos juntamente com os dos vizinhos para que os itens tenham o destino correto”, diz Aline Ramos, membro da empresa familiar. “É somente lixo eletrônico. Tudo que liga na tomada”, completa. Os produtos são recolhidos em residências, escolas e empresas e a maior parte dos metais é exportada para países que detêm tecnologia para reciclar.
Em Lages, os produtos são desmontados e os componentes separados. Cada peça vai para um lugar. Sempre volta para a indústria. É tudo reaproveitado, nenhuma peça volta para o lixo, por exemplo os tubos de TV e monitores vão para a indústria de cerâmica. As placas (máquina de lavar e computadores) vão para exportação. “Mandamos as placas para Curitiba e depois elas têm outro destino, principalmente para o Japão”, salienta.
A coleta é feita diariamente no horário comercial e aos sábados das 8 às 12h. Caso necessário, busca-se o material fora do horário. Basta combinar. Não tem custo, mas também não é pago pelo material recolhido. O contato é pelo telefone 3224-1218 e 9842-90612. Se preferir, a pessoa pode descartar diretamente na empresa, que fica próxima a Madepar.
Lixo pode causar doenças
Lixo Eletrônico é todo resíduo material produzido pelo descarte de equipamentos eletrônicos. Com o elevado uso de equipamentos eletrônicos no mundo moderno, este tipo de lixo tem se tornado um grande problema ambiental quando não descartado em locais adequados. Componentes como computadores, monitores, celulares, pilhas e baterias, televisores, lâmpadas e outros fazem parte do lixo eletrônico. Na sua fabricação são usadas substâncias que lhes conferem durabilidade, desempenho, proteção. Quando chega o final da vida desses produtos, no entanto, estes mesmos elementos podem representar sérios riscos à saúde da natureza e do homem, se não forem descartados adequadamente.
A sucata eletrônica possui mais de 20 tipos de componentes que podem ser extremamente prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Chumbo, Mercúrio, cádmio e arsênico são alguns dos metais pesados presentes no lixo eletrônico sendo altamente prejudiciais à saúde humana e que podem resultar na contaminação do espaço e das pessoas que fazem a sua manipulação, como os envolvidos na reciclagem desses equipamentos. O que mais se observa, nesta hora, são os produtos jogados no fundo dos armários ou os “catadores” que retiram as partes que sabem valer algum dinheiro e jogam o resto fora no primeiro lugar que encontram. Destes produtos, vão vazar os elementos mencionados acima e contaminar o ar ou os lençóis subterrâneos, responsáveis por mais de 90% da água que bebemos.
No mundo
Cerca de 1,4 milhão de toneladas do lixo eletrônico mundial, geradas pelo setor de informática neste ano, são provenientes do Brasil, que só recicla 2% dos resíduos digitais. No mundo, a ONU estima que apenas 13% do e-lixo é reciclado. Até o final deste ano, a quantidade de lixo eletrônico no mundo deve chegar à média de 50 milhões de toneladas. Isso equivale, no período de 12 anos, a mais que o peso do morro do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, estimado em 580 milhões de toneladas. O descarte incorreto dos equipamentos leva à contaminação do solo, da água e do ar com metais pesados, substâncias tóxicas que afetam pessoas, animais e plantas. Cádmio, chumbo, bromo, cobre e níquel estão presentes em pequenas quantidades nos equipamentos e dispositivos, sobretudo placas. Em grande quantidade e quando descartados em vazadouros comuns essas substâncias podem causar feridas nos órgãos internos, câncer, doenças respiratórias e até demência nos seres humanos. * fonte site Idgnow