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Lages cai no ranking de cidades com mais portadores de Aids/HIV

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Todo o tratamento contra Aids/HIV é disponibilizado para a população exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) Crédito: Núbia Garcia

Embora a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Sida, Aids em inglês) seja uma das doenças que mais assustam a população, os cuidados para evitar o contágio ainda não têm sido suficientes para garantir a diminuição substancial da propagação da doença e do vírus da imunodeficiência humana (conhecido como HIV, vírus causador da Aids). Em um ranking criado pelo Ministério da Saúde, que aponta os índices de incidência da doença e do vírus em 100 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, Lages ocupa a preocupante 23ª colocação.

A informação, referente ao ano de 2017, foi divulgada pelo ministério na última terça-feira (27), quando o órgão apresentou o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids. No boletim anterior, que continha dados de 2014, Lages ocupava o 9º lugar no ranking.

Outro ponto que melhorou nesse período foi a taxa de mortalidade provocada pela doença. No boletim de 2014 Lages tinha uma taxa de 14,1 mortes por 100 mil habitantes, mas, de acordo com o boletim mais recente, este índice caiu para 12,6.

“Pelo novo boletim, a gente pode observar que antes, quando as pessoas vinham fazer o primeiro exame, muitos já estavam com a doença em desenvolvimento. Agora esta taxa caiu e no primeiro exame de carga viral eles já estão com contagem mais baixa, ou seja, ainda carregam apenas o vírus e a doença não se desenvolveu porque procuram diagnóstico mais cedo”, avalia a coordenadora do departamento de IST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Saúde de Lages, Kelly Cardoso.

Kelly acredita que vários fatores contribuem para que a redução dos índices não seja mais expressiva. “O primeiro fator é que o brasileiro trabalha muito mal com a sua sexualidade e com a educação sexual, é difícil tocar nestes temas e conversar com as pessoas. Às vezes, mesmo quando fazemos uma palestra para adultos, eles não têm maturidade para entender ou discutir sobre isso”, analisa.

Para ela, o machismo enraizado na sociedade lageana e o preconceito a respeito da doença e dos métodos de preservação também contribuem para a propagação da Aids/HIV, pois, dentre outros pontos, isso interfere diretamente na ausência do uso de preservativos.

O dia 1º de dezembro é considerado o Dia Mundial de Combate à Aids. A data é voltada para que o mundo una forças para a conscientização sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Para chamar a atenção para o assunto, no dia 7 de dezembro a Secretaria de Saúde de Lages promoverá uma ação na Praça Vidal Ramos Sênior (ao lado do terminal), das 13 horas às 17 horas. Serão oferecidos à população testes rápidos gratuitos, que em 15 minutos podem identificar quatro doenças: Hepatites B e C, Sífilis e HIV.

 

Homens são maioria com Aids e mulheres maioria com HIV

 

De acordo com um levantamento feito pelo departamento de IST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Saúde de Lages, a maioria dos pacientes diagnosticados com o vírus HIV no município são mulheres com idade entre 20 e 29 anos, cujo nível de instrução é o ensino médio completo.

Porém, quando o levantamento leva em consideração quem já desenvolveu a doença, a maioria dos diagnosticados com Aids são homens com idade entre 30 e 39 anos, também com ensino médio completo.

“Acredito que isso acontece porque homens procuram tratamento mais tarde, quando o vírus já se tornou a doença. Já as mulheres costuma fazer exames de rotina ou sempre que notam alteração na saúde, por isso acabam diagnosticando mais cedo, enquanto ainda há apenas a presença do vírus, mas ainda não está com o organismo imunodeficiente”, explica Kelly.

Ao todo, segundo a Secretaria de Saúde do município, há 846 pessoas com diagnóstico de Aids/HIV em Lages. O dado leva em conta apenas as pessoas que já fizeram pelo menos um teste para identificar a presença do vírus no organismo, porém, o número real pode ser maior, pois ela acredita que, por medo ou preconceito, muitas pessoas não procuram ajuda e sequer sabem que estão com a doença.

Um dado que preocupa bastante a secretaria é o índice de abandono do tratamento. Dos pacientes diagnosticados, apenas algo em torno de 50% dão continuidade ao tratamento, percentual menor que o nacional, que é de 63,3%.

Kelly cita o preconceito e a falta de conhecimento sobre a doença e o vírus como fatores que contribuem para o abandono do tratamento. As condições socioeconômicas do paciente também interferem na medicação. “Se um paciente tiver dinheiro para comprar um leite ou vir pegar a medicação no Centro, certamente ele vai comprar o leite para a família. Além disso, tem pessoas que abandonam porque se sentem bem e acham que não precisam mais dos medicamentos, o que não é verdade, pois o tratamento precisa ser feito por toda a vida do paciente diagnosticado”.

 

Com carga viral zerada, pacientes não transmitem a doença

 

A Aids é uma doença que ataca as células responsáveis pela imunidade do organismo, por isso os pacientes infectados ficam mais suscetíveis a serem acometidos por infecções oportunistas como pneumonia e tuberculose.

Apesar de ser incurável, se tratado corretamente, o paciente com Aids/HIV pode ter sua imunidade normalizada. Kelly explica que, quando os pacientes fazem o acompanhamento médico periódico e o uso de remédios corretamente, a doença pode apresentar carga viral zero. estudos apontam que, quando a carga viral fica zerada por mais de seis meses, o paciente não transmite a doença.

“Em um caso de Aids ou HIV, se a pessoa diagnosticada fizer o tratamento voltará a ter a imunidade boa e ficará com o vírus zerado. É uma doença crônica que se tomar medicamento o paciente consegue garantir que vai ficar bem, ao contrário do que acontece com outras doenças crônicas como o Diabetes, pois o paciente pode ter picos de hiper e hipoglicemia mesmo estando corretamente medicado”.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza testes rápidos para a detecção do vírus, pois, quando detectado cedo, impacta no início precoce do tratamento. Além da testagem, o Governo Federal também financia o tratamento para o Aids/HIV no país. Desde 2013, os medicamentos, chamados de antirretrovirais, são distribuídos por unidades de saúde e, atualmente, a distribuição é exclusiva pelo SUS. De acordo com o Ministério da Saúde, o uso do medicamento pode aumentar em 42% a chance de supressão viral (que é diminuição da carga viral do HIV no sangue) entre adultos.

 

Lages

 

2014

9º no ranking

14,1 mortes por 100 mil habitantes

 

2017

23º no ranking

12,6 mortes por 100 mil habitantes

 

846 pessoas têm diagnóstico de Aids/HIV

50% abandona o tratamento, em média

 

 

13 Comentário

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  13. Brito Da Silva

    03/12/2018 at 20:25

    Artigo de muito valor meus parabéns continue assim com essas informaçõs

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