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Hospital Infantil está sobrecarregado

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Foto: Correio Lageano

Emilly Matos, é mãe da pequena Eduarda, de 2 anos, que, há algumas semanas teve pneumonia. Como os sintomas voltaram, ela procurou a Unidade de Saúde do Bairro Frei Rogério, onde mora, para que sua filha pudesse ser atendida, porém, segundo a mãe, os profissionais da unidade a encaminharam ao Hospital Infantil Seara do Bem para fazer raio-X.

Camila Varela, de 23 anos, mãe de Geovana, de um ano e quatro meses, também foi no postinho do Bairro Habitação, mas como o médico de sua área não estava, a enfermeira indicou o hospital. Ao chegar no hospital, no setor de atendimento pelo Sistema Único de Saúde, se deparou com mais pais, mães e crianças aguardando por atendimento. O local estava lotado, situação que permanece há dias e provoca reclamações devido à demora no atendimento.

Emilly e Camila fizeram o caminho correto, procuraram a Unidade de Saúde do bairro para saber se era realmente necessário ir para o hospital. Caso que não se repete com muitas famílias, o que resulta em sala cheia e horas de espera para atendimento.

Porém, o tempo em que as pessoas ficam aguardando não é determinado pelo hospital, mas, sim, pelo Protocolo do Ministério da Saúde, que prevê os minutos e horas para a classificação de risco. A triagem deve ser feita imediatamente após a ficha de consulta, isso pode não acontecer devido ao grande número de pacientes.

Segundo o  administrador do Seara do Bem, Éder Gonçalves, 70% dos pacientes que aguardam na sala, são classificados entre verde e azul, pessoas que deveriam estar nas unidades de saúde. As cores são divididas em: azul pode aguardar até 4 horas; verde pode aguardar até 3 horas; amarelo pode aguardar até 30 minutos; laranja até 15 minutos e quando classificado na cor vermelha deve ser atendido naquele instante.

O inverno, é, sem dúvidas, a época em que mais aumenta o número de atendimentos no hospital. De acordo com Éder, os números começam a crescer em março e despencam entre julho e agosto. Para se ter uma ideia, entre o primeiro dia de junho até ontem, mais de 5 mil crianças já haviam passado pelo hospital, apenas pelo setor do SUS.

Dois médicos atendem simultaneamente os pacientes, porém, como o hospital serve para emergências e urgências, quando chega uma ambulância do Samu ou Corpo de Bombeiros com uma criança, o atendimento é direcionado para aquele paciente, o que torna a espera ainda maior. Entre as 17 horas e 23 horas, horário de maior pico, três médicos atendem os pacientes.

Comunidade deve procurar os postos de saúde

A secretária de Saúde, Odila Waldrich, ressalta que é importante que as famílias procurem as Unidades de Saúde para atendimento, pois é lá que poderá ser dado encaminhamento ao pediatra na policlínica, além de receber o atendimento do médico da família ainda na unidade.

Em alguns casos, como o de Camila, mãe de Geovana, que o médico não estava no postinho, Odila explica que são médicos de produção, não ficam o dia todo, atendem apenas aqueles que estavam agendados e terminam o expediente.

Porém, com o chamamento de 18 médicos concursados, esta necessidade deve ser suprida. Odila ressalta que nas unidades onde há médico da família, o atendimento é das 8 horas às 12 horas e das 13 horas às 17 horas. Odila explica que os médicos da família estão aptos a atenderem desde o recém-nascido até o idoso.

Depois das visitas que fez aos postinhos, o prefeito de Lages Antonio Ceron, pôde entender melhor o sistema de atendimento. Na sua avaliação essa ação gerou mudança e melhoria nos equipamento e na reestruturação dos funcionários, os conscientizando sobre sua importância em suas funções. Ceron relata que não faz mais visitas aos postos de saúde por não ver necessidade.Porém, com a instalação da fibra óptica em todas as unidades, o prefeito poderá saber sobre o andamento dos serviços em cada unidade de saúde.

UPA deve desafogar atendimento

Éder e Ceron são unânimes em falar que a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dará um fôlego ao Hospital Infantil Seara do Bem, já que a unidade também terá uma central de atendimento às crianças, fazendo com que o hospital cumpra sua real função que é atender casos de emergência e urgência.

Mesmo com a dificuldade em contratação por conta da folha de pagamento e arrecadação, Ceron garante que investe 10% a mais da arrecadação na área da Saúde. Resultando em menor mortalidade e maior expectativa de vida.

O administrador do hospital, destaca para que as pessoas procurem a unidade de saúde para que possam ter uma consulta, com direito a retorno, além de terem o caso investigado. Enquanto que no hospital terão apenas o atendimento para tratar os sintomas. “As pessoas ainda têm aquilo que é chamado visão hospitalocêntrica, que é quando pensam que o hospital é o único serviço de saúde, sendo que há mais recursos”.