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Hospital é alvo de denúncias, direção contesta as informações
Altos índices de infecção hospitalar; falta de medicamentos para o tratamento do câncer; equipamentos quebrados ou que funcionam de forma precária; suspensão de atendimento por clínicas particulares contratadas de forma emergencial por falta de recebimento dos contratos; biópsias que demoram 60 dias ou mais para obter o resultado e falta generalizada de materiais do setor cirúrgico à área burocrática.
Esses são os problemas do Hospital Tereza Ramos, divulgados em um documento que alguns funcionários do hospital fizeram e entregaram para o deputado estadual Fernando Coruja (MDB). A direção contesta as informações.
O parlamentar enviou o documento para o governador em exercício, Eduardo Pinho Moreira, e ao secretário de Estado da Saúde, Acélio Casagrande, pedindo que verifiquem as informações e solucionem os problemas.
No arquivo, os servidores destacam a falta de medicamentos para o tratamento dos cânceres de mama, próstata, estômago, esôfago, e bloqueadores hormonais. Um dos remédios é o Anastrozol, fornecido com irregularidade no ano passado e em falta completa desde dezembro até meados de fevereiro.
Este último problema, foi divulgado no início do mês de fevereiro pelo Correio Lageano. Na época, a Secretaria de Saúde do Estado informou que não tinha o remédio porque o fabricante deixou de enviá-lo para o hospital por conta do recesso de fim de ano. E, que isso seria resolvido em 10 dias.
Sobre os equipamentos que estão quebrados ou que funcionam precariamente, o documento relata que são os que fazem tomografia, ressonância magnética, mamografia e endoscopia, e até a câmera de diluição de quimioterápicos entrou na lista de reclamações.
Embora os funcionários deem destaque para o setor oncológico, em todo o hospital, o arquivo relata que há falta generalizada de materiais.
O deputado frisa que o Tereza Ramos é um hospital de referência para cinco regiões, e atende dois mil pacientes/mês, somente na área oncológica. Por isso, pediu para que o governador e o secretário de saúde verificassem as informações e resolvessem os problemas.
Diretora frisa que acusações são falsas
A diretora do hospital, Beatriz Montemezzo, afirma as denúncias são falsas e que provavelmente foram feitas por alguém insatisfeito com a troca de postos de trabalho, em uma reestruturação que a hospital passou recentemente.
Sobre a alegação de alto índice de infecção hospitalar, a diretora comprova com um documento de que a denúncia é falsa. Em dezembro, o índice de contaminação era de 1,20%, o que é considerado baixo, de acordo com a demanda de pacientes que o hospital recebe. “Não há um número indicado por algum órgão de saúde, mas o que temos é considerado bem baixo”.
Em dezembro, faltaram alguns medicamentos por conta da demora do laboratório na entrega, que inclusive, foi notificado pelo governo estadual. “A demanda de todos remédios já voltou ao normal”.
A câmera de diluição de quimioterápicos não possui problemas, tem manutenção a cada três meses e recentemente foram trocados os filtros. “Estamos com uma licitação em aberto para ser construída uma segunda cabine”.
Sobre os equipamentos estragados, Beatriz frisa que o tomógrafo está funcionando, e desde dezembro, está aberto um chamado para a equipe da Philips consertar o aparelho de ressonância magnética.
“Eles vieram, porém foi preciso parar porque é necessário comprar uma placa e foi aberta uma licitação para a compra”. Em relação ao tomógrafo, ela conta que ele estragou, mas até na sexta-feira estará em funcionamento.
A mamografia está funcionando sem problemas. “É bom ressaltar que todos pacientes não deixam de fazer exames por conta de aparelhos quebrados, porque eles são encaminhados para clínicas”.
A denúncia sobre as clínicas particulares, que foram contratadas, pararem de fazer exames também mentira, segundo a diretora. Apesar do pagamento atrasar, eles não deixarem de atender os pacientes.