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Futuros moradores do Ponte Grande já pediram ligação de água e luz

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Solange e o filho Anderson requisitando a ligação de luz - Fotos: Bega Godóy

Solange Gonçalves de Oliveira e Vorlei Rodrigues se conheceram na primeira reunião que tratava do Condomínio Ponte Grande, em Lages. Agora, serão vizinhos, já que ambos fazem parte das 200 famílias contempladas pelo empreendimento. Complexo foi construído pela Caixa Econômica Federal e viabilizado pelo Governo Federal.

Na segunda-feira (23), na Secretaria de Habitação, o dia foi de muita correria. A sala estava praticamente cheia e as pessoas se mostravam ansiosas. Os documentos vibrando nas mãos e as pernas inquietas, não achavam posição para se acalmarem.

Afinal, um dos últimos passo para ter uma moradia estava preste a ser concluída. Ao receberam a autorização para ligações de água e luz, o sorriso se abria e a pressa tomava lugar. Ninguém queria perder tempo e corriam rumo à Celesc e Semasa. O sonho está perto de ser concretizado, sobretudo porque as chaves serão entregues dia 1º de agosto no Condomínio, a partir das 9h.

“Parece um sonho”, disse dona Solange e Vorlei fez coro: “Nem acredito que seja verdade”. “Agora teremos a nossa casa”, completaram ambos que são beneficiados por aluguel social, ela no Bairro Guarujá e ele no Vila Nova, pois moravam em área verde e de risco.

Ela vai morar no número 72

Dona Solange de 43 anos, vai morar com um filho especial, uma filha e três netos. Feliz da vida, ela só lamentou não poder mudar com seu marido que faleceu mês passado ao 72 anos, vítima de câncer. “Ele chegou a conhecer o local mas como estava muito debilitado, nem do carro saiu”, explica ao lembrar que viveu 16 anos com ele.

A mulher vai morar no número 72 , casa que escolheu pensando na bem estar do filho e do marido. “Escolhi pertinho do portão de saída do condomínio para a ambulância entrar com facilidade”, disse ela que vive com o salário mínimo pago pelo Governo Federal ao filho especial, Anderson de 28 anos.

Cadastro preenchido na mão para pedir a ligação de luz na Celesc, no Centro, dona Solange ainda iria enfrentar longa caminhada até a Semasa no Bairro Várzea providenciar a ligação da água. “Vou a pé e de devagarinho. Deus dá força”, salienta.

Uma família grande

Seu Vorlei de 47 anos tinha uma casa de 12 peças no Bairro Bom Jesus. Ele construiu em local de risco e a casa desbarrancou. O pedreiro, a esposa e os cinco filhos tiveram que sair urgentemente. Desempregado, tem seu aluguel social pago pela Prefeitura há oito meses.

Ele planeja abrigar ainda uma nora e um neto. E para isso pretende fazer um puxadinho nos fundo do terreno para acolher o casal. O dinheiro para a construção, segundo ele, vai sair do acerto que receberá da empresa da qual foi desligado recentemente.

“São 1 ano e sete meses de trabalho. Vai dar para quebrar o galho”, comentou.  Foi uma espera longa pois a princípio, o condomìnio que foi concebido em 2013 deveria ser entregue em 2015 e segundo, o Secretário de Habitação de Lages, Samuel Ramos por causa de problemas burocráticos e revisão de contrato ficou parado. “Apesar do atraso, as famílias estão bem felizes por receberem as casas”, garante. Outro atraso na obra foi a ação de vândalos que danificaram dezenas de residências e exigiu recuperação.

Seu Vorlei já pensa em fazer um puxadinho nos fundo do terreno

Nem todos vão pagar

O Secretário Samuel explica que nem todos vão pagar a moradia. Cerca de 50 famílias, devem assumir uma dívida equivalente a 10% do que declararam no Programa Bolsa Família. Devem pagar em média entre R$ 50,000 a R$ 80,000 de 10 à 120 meses.

“As famílias que vão ter que pagar não estavam na relação do trecho do Ponte Grande mas que foram beneficiadas por morarem em área verde e ou afetados pela chuva do ano passado”, explica o secretário.

No que diz respeito à ampliação das casas, a Caixa Econômica Federal ainda não se pronunciou sobre o prazo de liberação e nem sobre os critérios. Samuel alerta que as casas só serão liberadas para morar desde que a Caixa Econômica ateste a execução 100%. A empresa Melchioreto Sandri Engenharia Ltda de Rio do Sul é responsável pela obra.