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Falta de leitos em hospitais sobrecarrega Pronto Atendimento Tito Bianchini

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Fotos: Susana Küster

A alta demanda de pacientes nos hospitais e no Pronto Atendimento Tito Bianchini, em Lages, não é novidade. Mas a situação ficou ainda pior. Apesar da Secretaria de Estado negar, o fechamento do 5º andar do Hospital Tereza Ramos fez com que o número de pacientes a espera de um leito aumentasse. Com isso, o pronto socorro, como é conhecido, ficou sobrecarregado de pessoas aguardando por internamento, situação que impacta até no tempo de espera por atendimento dos demais pacientes. Além disso, o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres está lotado, tornando a situação ainda pior.

Para se ter uma ideia do fluxo de pacientes no Pronto Atendimento, todos os dias, mais de 400 pessoas buscam por uma consulta médica no local. Trabalham 24 horas por dia, três médicos, três enfermeiros e nove técnicos em enfermagem.

A equipe não aumentou devido a demanda maior de pacientes e, pelo menos, dois ou três funcionários precisam ficar responsáveis pelo atendimento dos internados. Isso fez com que a espera por uma consulta aumentasse. “Antes a gente tinha três e até quatro salas para pacientes daqui, agora temos uma só, por isso, às vezes, temos que segurar um pouco o atendimento, porque não tem espaço, apesar de termos médicos para atender”, lamenta a coordenadora do Pronto Atendimento, Kelly Cristina Tausendfreund.

Amenizando o problema

Para aumentar os leitos, as salas de observação masculina e feminina foram unificadas para liberar mais espaço para internamentos. Um sala que era usada para fazer curativos, também está sendo utilizada para internar. “Tínhamos cinco leitos, agora tem 14, e, na maioria das vezes, todos estão lotados”, destaca Kelly.

O preconizado pelo Ministério da Saúde é que se aguarde no máximo 24 horas por um leito em um pronto atendimento, porém, a média de espera que era de um dia, agora é de quatro dias, mas já houve situações de até sete dias. Casos em que se precisa de cardiologista e pneumologista, é mais fácil conseguir leito. “Já para quem demanda de hematologista e infectologista, a espera é maior, pois só há um médico de plantão de cada especialidade nos hospitais. Para quem precisa de médico vascular, nefrologista e urologista, o tempo de aguardo é intermediário”, explica a coordenadora do Pronto Atendimento, Kelly Cristina Tausendfreund.

Outro problema levantado por ela é em relação a alimentação desses pacientes e de seus acompanhantes. “Não podemos fornecer alimentos, eles precisam receber comida de amigos e familiares e muitos não têm condições de vir aqui em todas as refeições”.

CPI reúne comissão

A Câmara de Vereadores de Lages instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o atendimento do pronto socorro. Nesta quarta-feira (3), houve uma reunião da comissão, e segundo a assessoria de imprensa do presidente da CPI, vereador Maurício Batalha (Cidadania), a comunidade foi ouvida em uma audiência. As reclamações eram da demora e do mau atendimento, e erro de diagnóstico médico. Na próxima oitiva, serão ouvidos os profissionais do pronto atendimento.

A CPI começou há mais ou menos 60 dias e foi instaurada para apurar denúncias da população e também de informações divulgadas pela imprensa.

 

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