Falta de leitos de UTI pode afetar cardiologia

Uma das necessidades apontadas quando o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages, foi credenciado para realizar cirurgias de cardiologia era a ampliação da capacidade de sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que comporta 10 leitos. A disponibilidade de tratamento intensivo é pré-requisito para realizar as cirurgias nos pacientes. Há dois anos, R$ 7 milhões foram garantidos para duplicar a capacidade de leitos, mas a obra sequer foi iniciada, o que pode impactar na redução de valores destinados para o setor de cardiologia em 2020, já que o número de cirurgias não está dentro do adequado. 

O problema foi levantado pela deputada federal, Carmen Zanotto, que esteve em Brasília para tratar de pendências da área da saúde. Segundo ela, umas de suas preocupações, é que o hospital não está conseguindo suprir a demanda (de cirurgias) por falta de leitos da UTI. “A falta de leitos vai levar a revisão dos valores da cardiologia de Lages. Pode nos levar a redução de teto financeiro para 2020, e consequentemente a habilitação de outros serviços. Por isso, precisamos da abertura de novos leitos e do projeto (da ampliação) que ainda está em análise”, comenta a deputada. 

O superintendente do Nossa Senhora dos Prazeres, Fábio Lage, afirma que a UTI está sempre cheia e que, geralmente, tem de quatro a cinco pacientes no aguardo de leitos na emergência do hospital. “Só para atender nossa demanda da emergência hoje, precisaríamos de mais quatro leitos. E para as demandas cirúrgicas mais uns dois leitos.”

Por ser o polo macrorregional de saúde, Lages atende pessoas do Meio Oeste e até do Alto Vale do Itajaí, somando praticamente um milhão de habitantes. Desta forma, as UTIs estão sobrecarregadas. 

São apenas 10 leitos de UTI adulto e seis para o neonatal, no Hospital Tereza Ramos; 10 leitos de UTI, no Nossa Senhora dos Prazeres e três leitos neonatais e sete pediátricos no Hospital Infantil Seara do Bem. 

Expectativa é aprovar obra no início do ano

Segundo Fábio Lage, o projeto para a ampliação da UTI está pronto e o recurso do Ministério da Saúde, de R$ 7 milhões, está disponível nas contas do governo estadual há dois anos. Após a aprovação, as obras devem ser concluídas dentre 18 a 24 meses. Porém, o projeto ainda não foi aprovado pela Secretaria de Estado da Saúde. “A previsão é que nos primeiros meses de 2020, o projeto arquitetônico seja aprovado.”

Carmen Zanotto comenta que o atraso na aprovação se deve ao sistema central de ar condicionado, que precisa ser readequado no projeto. “A informação que eu tenho é que o hospital teria contratado um outro profissional para fazer essa parte e que já estariam devolvendo (o projeto) para o estado,” explica.

Inauguração do Tereza Ramos contribuirá na solução

O segundo semestre de 2020 é o prazo dado pelo Governo do Estado para inaugurar a nova ala do Hospital Tereza Ramos, em Lages. Com ela, serão abertos 10 leitos de UTI, contribuindo para absorver a demanda de pacientes concentrada atualmente no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres. 

Atualmente, o Tereza Ramos possui 10 leitos de UTI e ficará com 20. Somando-se aos 10 do Nossa Senhora dos Prazeres serão 30 unidades, mesmo sem a obra de ampliação que está em fase de aprovação.