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Experiência de vida na hora de conciliar pessoas

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Foto: Andressa Ramos

Cabelos brancos, óculos com armação fina, uma aparência simpática e acolhedora, além de uma fala afável e muito tranquila. Manoel Rodrigues Waltrick, no auge dos seus 71 anos, ajuda as pessoas a se reconciliarem, sejam vizinhos, amigos, casais ou outros cidadãos.

A idade não é um problema, mas, sim, sinônimo de experiência. Manoel escuta e faz com que as pessoas se escutem e tentem resolver suas pendências para que, assim, não seja necessário recorrer à Justiça.

Manoel é um dos dez conciliadores do Juizado Especial Cível, que, num projeto pioneiro, integra voluntários mais experientes nas audiências de conciliação. O projeto deu certo. Os conciliadores comentam que a troca de energia, conversas e os instantes de atenção aos envolvidos nos casos, fazem a diferença. Eles auxiliam as pessoas a se compreenderem e reconciliarem.

Em março de 2017, quando juiz de Direito Sílvio Dagoberto Orsatto assumiu o juizado, eram 3.920 processos, depois de mais de um ano, o número reduziu para 400.

Orsatto explica que, na maioria das vezes, as pessoas, quando têm um problema, pensam no Judiciário, o que acaba sobrecarregando a Justiça. Pois, muitas dessas situações poderiam ser resolvidas entre os próprios envolvidos ou com profissionais especializados, assim, diminuiria o número de demandas com desvirtuação, e deixaria de encarecer o processo.

Dinheiro que poderia ser investido em saúde e educação. Algumas pessoas, optam, precipitadamente, por uma ação judicial, assim, torna-se caro financeiramente, emocionalmente e até de difícil resolução, explica o magistrado.

Conciliação

Uma audiência de conciliação serve para resolver problemas de forma negociada e amigável. Os casos mais frequentes, em Lages, são entre vizinhos, acidente de trânsito, cartão de crédito e telefone. Segundo o juiz, as audiências são uma forma de fazer com que o conflito não evolua. Assim, atua-se na causa e não no efeito. É uma motivação para que se tenha solução dentro da sala.

Todo o processo de conciliação é gratuito. O juiz enfatiza que é importante as pessoas saberem deste sistema, pois é outra forma de acessar a Justiça e que garante celeridade na resolução.

Além disso, há outros componentes à solução do processo, como o coração e os ouvidos abertos de seu Manoel, aposentado, contador, sem conhecimento em Direito, mas com muita experiência e tempo para conseguir ajudar as pessoas. “Assim é o nosso trabalho de conciliação. Construir ponto para que as pessoas se aproximem.”

Semana Nacional de Conciliação

Entre os dias 5 e 9 de novembro, cerca de 100 audiências de conciliação devem acontecer no Fórum Nereu Ramos. A Semana Nacional da Conciliação é realizada, anualmente, nos tribunais de todo o País para estimular a solução consensual de conflitos, com orientações padronizadas. As audiências acontecem simultaneamente, com tempo de 30 minutos cada uma, entre 13 horas e 17h30.

Que tipo de conflito pode ser resolvido com a conciliação?

  • Pensão alimentícia, guarda dos filhos, divórcio
  • Partilha de bens
  • Acidentes de trânsito
  • Dívidas em bancos
  • Danos morais
  • Demissão do trabalho
  • Questões de vizinhança, etc.

Você decidiu que quer conciliar? Faça o seguinte:

  • Procure no tribunal onde o processo foi instaurado, o núcleo ou o centro de conciliação
  • Comunique ao servidor que você deseja fazer um acordo
  • O tribunal ou a vara responsável fará um agendamento para tratar do processo
  • Caso a outra parte aceite negociar, será marcada uma audiência. Auxiliadas pelo conciliador, as partes poderão construir a solução mais satisfatória para ambas
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