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Empresários contestam declaração de secretário

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Foto: Susana Küster

O secretário do Desenvolvimento Econômico de Lages, Mário Hoeller de Souza, concedeu entrevista ao Correio Lageano, explicando que a prefeitura está tentando reverter terrenos cedidos para empresas, pois, segundo ele, não foram ocupados para a finalidade proposta. Contrariando o posicionamento do secretário, o empresário Antônio Zappelini Filho, da empresa Naza, beneficiado com a doação de um terreno na Área Industrial do Bairro São Francisco, e que está na lista dos que deveriam devolver o imóvel para o município, afirma que a prefeitura não cumpriu sua parte que seria fazer a infraestrutura do local, como rede de esgoto e a abertura da rua. “Pagamos o IPTU, mas não tem o registro do imóvel e, sem isso, não se conseguem empréstimos, habite-se, ISO ou contratar seguro. Gastamos R$ 64 mil só para fazer o aterro, muramos o terreno, fizemos o vigamento para a construção da unidade, mas não construímos porque os caminhões da empresa não conseguem transitar pelas ruas do loteamento.”

Os caminhões até entram na rua, mas como não há rede de esgoto, há duas valas grandes dos dois lados da via. Se outro veículo vem do lado contrário, não há como passar. Os caminhoneiros precisam sair de ré ou entrar no terreno da empresa Naza para fazer o retorno.

Outro empresário com problemas para se instalar no terreno cedido pelo município é João Gomes, da empresa Disauto. Ele afirma que tem um financiamento aprovado pelo banco, que só será liberado se a documentação for apresentada. “Não deram documento e isso nos impede de financiar, acredito que mais 60 dias sai. Não nos instalamos por falta dessa documentação.” Por conta da não instalação em prazo estabelecido em contrato, a prefeitura pediu a reversão do terreno, mas o empresário informou que tem um projeto da construção e com isso conseguiu adiamento do processo. 

A Disauto funciona, hoje, na Avenida Luis de Camões, mas o empresário conta que é difícil trabalhar no local, pela falta de espaço para estacionar, já que a empresa utiliza muitos caminhões. Em relação à falta de rede de esgoto, ele diz que os projetos estão sendo aprovados nos órgãos responsáveis. “Está na parte final, nos propusemos a pagar 30% do que custar a implantação da rede para a prefeitura. A rua é estreita, mas a gente se vira, só que para a empresa Naza já é mais complicado porque eles trabalham com caminhões grandes.”

O CL entrou em contato com o secretário Hoeller, que preferiu não se manifestar e passou a palavra para o auditor do município, Airton Tadeu Xavier. Este, informou que o correto seria o procurador do município, Agnelo Miranda, manifestar-se e ele também preferiu não falar sobre o assunto, porque disse que a empresa precisa provar as acusações contra o município.

Algumas empresas já se instalaram no local

Apesar das dificuldades apontadas pelo empresário Antônio Zappelini Filho, da empresa Naza; e João Gomes, da Disauto, há várias empresas instaladas no local. A maioria dos empresários não quer falar sobre o assunto. Giordan Heidrich, da Estrutural, por exemplo, conta que no mesmo ano que a prefeitura cedeu o terreno, que ocorreu em 2011, construiu sua empresa.

Em relação à falta de documentação, o empresário esclarece que o decreto afirmava que depois de 10 anos a prefeitura cederia a escritura para os proprietários. “Esse prazo vence em agosto de 2021 e tem como conseguir antes, se deixar um lote de garantia ou um imóvel.”

Para resolver o problema da falta de rede de esgoto na via, o empresário instalou fossa e filtro. Sobre a rua ser estreita, principalmente para uma área industrial, Heidrich diz que não causa problema para sua logística. “Sabemos que tem um processo em andamento na justiça em que isso está sendo discutido. Não está averbado da forma correta, mas essa documentação está em andamento, acredito que já está na parte final do processo.”

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