Economia e Negócios
Empresários aceitam a redução, mas não o cancelamento dos voos
Lideranças empresariais de Lages solicitarão que a empresa Azul Linhas Aéreas reveja a decisão de suspender os voos para Curitiba. A empresa alega que a procura por passagens caiu muito com a pandemia de coronavírus.
Porém, levantamento aponta que em quatro anos de operação na cidade, os voos tiveram entre 70% a 80% de ocupação mínima. Em respeito a esses índices, os empresários aceitam a redução, mas não o cancelamento.
A Azul emitiu nota, na segunda-feira, informando sobre a suspensão de seus voos em 11 cidades por conta dos efeitos do coronavírus. 10 são brasileiras e Bariloche, na Argentina. Entre as cidades atingidas pela suspensão está Lages. As restrições começam entre os dias 21 e 23 de março e vão até 30 de junho. A companhia ressalta que já está em contato com os clientes impactados pelas alterações e que todos eles serão reacomodados em outros voos.
Por coincidência, na última sexta-feira (13) reunião na Associação Empresarial de Lages (Acil) discutiu formas de reverter a redução no número de voos. É que naquela data, a informação era de que a Azul iria manter voos na quarta-feira e no sábado, situação que desagradou os empresários e lideranças. A informação divulgada nesta segunda-feira complicou ainda mais a situação.
Atualmente, o Aeroporto Federal Antônio Correia Pinto de Macedo, em Lages, recebe voos de domingo a sexta-feira. A decisão da empresa impactará diretamente na rotina de pessoas responsáveis pela geração de negócios e, consequentemente, desenvolvimento socioeconômico da Serra Catarinense, avaliam os empresários.
De acordo com o coordenador da Comissão Pró-voo, da Acil, Anderson de Souza, o trabalho para disponibilizar voos comerciais regulares no Aeroporto Antônio Correia Pinto de Macedo, em Lages, foi árduo e não pode ser perdido.
“Todos os voos têm ocupação de 70% a 80% dos lugares e a grande maioria dos passageiros é empresários que precisam se deslocar por motivo de negócios. Esse cancelamento irá causar prejuízos econômicos para Lages”, enfatizou.
Anderson até concorda com a redução de voos, mas não com a suspensão. “Acho que faltou consideração com a região por parte da Azul, que foi amplamente apoiada pelas classe empresarial de Lages nestes, aproximadamente quatro anos de operação na Serra. Creio que a companhia deveria manter, no mínimo, um voo no início e outro fim da semana em Lages.”
Ausência_ A Prefeitura de Lages não enviou representante para participar da reunião, o que foi considerado por Anderson uma falta de interesse para com os assuntos considerados importantes para o setor produtivo da região.
Sendo assim, a ideia é elaborar uma reunião com o secretário de Estado de infra-estrutura para buscar a finalização do Aeroporto Regional do Planalto Serrano, em Correia Pinto, e com o secretário da Fazenda, para conseguir alterações na lei de incentivos fiscais para voos em aeroportos regionais de Santa Catarina.
O empresário analisa que uma das alternativas seria a finalização do aeroporto em Correia Pinto, situação que permitiria a operação de duas grandes empresas, Gol e Latam. “Isso é um resumo do nosso pensamento e ações que pretendemos colocar em prática”, conclui.
Empresário querem mudança na Lei de Incentivos Fiscais
Em reunião, empresários solicitaram ao deputado Marcius Machado para que proponha, junto a Assembleia Legislativa de Santa Catarina, a alteração da Lei 17.762/2019, que dispõe sobre a redução da base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para combustíveis de aviação.
A sugestão é de dividir os aeroportos em três categorias e com as seguintes condições: na primeira categoria os aeroportos de Navegantes e Florianópolis, caso a empresa aérea opere voos regulares internacionais em, no mínimo, quatro rotas semanais com origem nos aeroportos desta categoria; na segunda categoria os aeroportos de Caçador, Chapecó, Correia Pinto, Jaguaruna, Joinville e Lages, caso a empresa aérea opere voos em, no mínimo, sete operações semanais com rota de origem em, no mínimo, quatro destes aeroportos; e na terceira categoria os aeroportos de Blumenau, Concórdia, Curitibanos, Forquilhinha, Joaçaba, Lontras/Rio do Sul, São Miguel do Oeste, Três Barras, Videira e Xanxerê, caso a empresa aérea opere voos em, no mínimo, sete operações semanais com rota de origem nos aeroportos desta categoria.
Claudio Lemes Louzada
19/03/2020 at 10:24
Cancelamento de Voos.
O momento é de sobrevivência! Tanto para os negócios da Serra quanto para a empresa aérea. Essa também não vive de filantropia.
É necessário foco!
1 – Reconsiderar, nesse momento, novos investimentos para conclusão do aeroporto de Correia Pinto visando receber aeronaves ainda maiores, jatos de 144 lugares da Latam e Gol é o mesmo que procurar o certificado de insanidade administrativa.
Se as rotas consolidadas estão passando momentos de dificuldade, imaginem o custo e o risco de lançar uma rota completamente nova oferecendo 144 lugares, justamente onde a empresa estabelecida alega baixa ocupação em seus turboélices de 70 lugares?
2 – Se o município tem certeza absoluta da capacidade de O&D, origem & destino, deveria então propor para avaliação da empresa para 3 voos por semana e garantir 40 passageiros embarcados/desembarcados em toda etapa. Caso a meta não seja atingida, reduzir imediatamente para 2 ou 1 vez por semana evitando-se o isolamento completo.
3 – Outra possível maneira de garantir o voo para Lages é utilizar os horários (slots) hoje vagos do aeroporto de Congonhas e a alta capacidade e procura pelo destino Curitiba, desse modo, propor para a aérea, voar Congonhas-Curitiba-Lages. Retorno nas mesmas escalas.
4 – Santa Catarina embarcou tarde no movimento de redução do ICMS que já vinha sendo feito por outros estados. As atuais faixas de 12% e 9% devem ceder em favor de uma faixa única para todo o estado, independentemente do número de cidades atendidas pela empresa aérea e frequências semanais. O ICMS sobre o combustível para toda SC deve ser de 7%.
5 – Chegou definitivamente para SC a hora de se pensar em infraestrutura aeroportuária condizente com as necessidades da moderna aviação do século 21. O estado e o Brasil precisam adotar os parâmetros básicos de construção de aeroportos dos países desenvolvidos para a aviação nacional e regional. Basta de puxadinhos, pistas curtas, estreitas e sem voo por instrumento entre tantos outros detalhes.
Saudações & bons voos,
Claudio Lemes Louzada